No Japão, Trump elogia Kim Jong-Un e ameniza discurso contra Irã

Kevin Lamarque / Reuters

Donald Trump

Em seu terceiro dia de visita ao Japão, o presidente americano, Donald Trump, adotou um tom mais conciliador com o Irã e elogiou o líder norte-coreano, Kim Jong-Un. Nesta segunda-feira (27), ele assegurou que os Estados Unidos não buscam uma mudança de regime em Teerã e se declarou otimista em relação às negociações com a Coreia do Norte sobre a desnuclearização.

O chefe de Estado americano elogiou a inteligência do líder norte-coreano, Kim Jong-Un, dizendo que ele “entende perfeitamente que uma arma nuclear “não traz nenhum benefício”, e que seu país dispõe de um “potencial econômico fenomenal que pode ser desenvolvido”. Trump ainda declarou que existe um “grande respeito” entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte”.

Trump citou dois encontros com o dirigente norte-coreano – em junho de 2018 em Singapura e em Hanoi, no Vietnã, em fevereiro, que não permitiu avanços reais na desnuclearização da Coreia do Norte. Pelo contrário, o diálogo entre norte-americanos e norte-coreanos esfriou e Pyongyang recentemente fez novos testes de mísseis de curto alcance.

Trump minimizou esses testes neste domingo (26), em um tuíte. Na mensagem, ele disse que os norte-coreanos lançaram algumas armas e isso “incomodou algumas pessoas nos Estados Unidos, mas ele não”. O premiê japonês, Shinzo Abe, deixou claro que as armas de curto alcance representam um perigo para o Japão.

Donald Trump encontrou pela segunda vez nesta segunda-feira (27) famílias de japoneses sequestrados durante a Guerra Fria pelos agentes de Pyongyang.

O premiê japonês pede com certa regularidade a Trump que os Estados Unidos intercedam junto à Coreia do Norte para que os sobreviventes dessa época possam voltar ao país. Abe espera em breve encontrar com Kim Jong-Un para discutir a questão, uma iniciativa que tem o apoio de Trump.

“Não queremos armas nucleares”

“Nós não buscamos a troca de regime em Teerã, quero que isso fique claro”, declarou o presidente americano. Na sexta-feira (24), os EUA enviaram mais reforços militares ao Golfo Pérsico, provocando novos atritos com o governo iraniano.

“O que queremos é a ausência de armas nucleares. Não tenho nenhuma intenção de destruir o Irã”, declarou o presidente americano, depois de uma cúpula com o premiê japonês Shinzo Abe em Tóquio.

“Se eles querem conversar, nós conversaremos”, disse Trump, que também não descarta uma mediação japonesa. Em relação à China, Trump se disse confiante, estimando que havia “boas chances” que um acordo comercial possa ser assinado em breve. Ele não escondeu também que Estados Unidos e Japão mantêm uma cooperação “desequilibrada no setor.”

// RFI

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