Os cientistas japoneses do Instituto do Espaço e Estudos Astronômicos da Agência Aeroespacial do Japão (JAXA, na sigla em inglês) descobriram na Lua uma espécie de túnel gigantesco que pode ser o lugar apropriado para a construção de uma base lunar.
“Os dados foram recebidos pela sonda Kaguya que foi enviada à Lua em 2007 e durante um ano e meio recolheu informação. Contudo, na época não tínhamos a possibilidade de fazer tal análise”, esclareceu uma representante da JAXA à Sputnik News.
“Isto se tornou possível a este nível tecnológico. Verificamos que na região das Colinas de Marius fica uma cratera com um raio de 50 metros e com a mesma profundidade, que está ligada a uma cavidade subterrânea com várias dezenas de quilômetros de comprimento”, completou.
Ao medir os índices de radiação e temperatura, os cientistas verificaram que o “túnel” permite proteger possíveis futuros habitantes das mudanças drásticas de temperatura e de radiação, bem como da queda de meteoritos. Todos esses fatores são considerados um grande obstáculo à criação de uma base lunar, adicionou a JAXA.
Além disso, os cientistas consideram que a cavidade, que foi formada como resultado do fluxo de lava vulcânica na Lua, pode esconder provas de que antes no satélite da Terra existiam polos magnéticos, podendo ainda ser encontradas as assim chamadas substâncias voadoras, incluindo água, ou seus vestígios, segundo informações do The Japan Times.
A cratera (na época se considerava que o seu raio era de 80 metros) foi descoberta em 2009. Existiam hipóteses de que ela pudesse levar a um sistema de “túneis”, mas não havia provas.
Agora, ao comparar os dados recebidos pela sonda, os cientistas conseguiram verificar que tais “túneis”, que têm saída para a superfície da Lua, são poucos e que é um fenômeno raro. Ao mesmo tempo, os especialistas conseguiram calcular a profundidade do “túnel”: ele varia entre dez e 100 metros.
“A descoberta foi feita há pouco, ainda não há planos concretos quanto à sua utilização, mas achamos que tais vantagens como a possibilidade de proteger as pessoas e o equipamento da radiação e queda de meteoritos dão fundamentos para usar o “túnel” no futuro como plataforma para construção da base“, informou a agência.
“Mas, por enquanto, é cedo para falar sobre os prazos: sabemos muito pouco sobre o que se passa dentro do túnel”, finalizou.
Ciberia // Sputnik News