Na vida de uma pessoa com sintomas de depressão ou ansiedade, o sexo pode ser a última coisa na qual se pensa. Em casos de depressão pode haver preferência pelo isolamento. Mas além de o sexo possibilitar que uma pessoa se sinta conectada a outra, pode também provocar respostas físicas e biológicas. Estas podem minimizar alguns dos sintomas de depressão.
A ansiedade pode fazer com que a pessoa se sinta preocupada, perdida ou incapaz de mudar a situação em que se encontra. Nesse caso também, o sexo provoca reações nos corpos das pessoas que podem minimizar os sintomas apresentados.
Embora o sexo não represente uma cura para tudo, existem evidências de que ele pode impactar positivamente o estado mental das pessoas, além da saúde física.
As reações biológicas começam antes da relação sexual e continuam por um período após o orgasmo. É por isso que uma vida sexual saudável pode afetar o humor, comportamento e pensamentos das pessoas.
Estudos com imagem por ressonância magnética mostraram que a primeira coisa que ocorre quando as pessoas recebem um estimulo é o aumento da atividade na parte do cérebro responsável pelas emoções, o sistema límbico.
Nesse estágio ocorrem alterações físicas como aumento da pressão e fluxo sanguíneo, aumento da reação a estímulos em partes sensíveis do corpo e aumento da frequência cardíaca. O momento do estímulo costuma ser quando o corpo começa a se preparar para a relação sexual.
O segundo momento
Já durante a relação sexual, o corpo e o cérebro humano apresentam reações diversas. Junto com o aumento no fluxo sanguíneo citado anteriormente, surge também óxido nítrico liberado no corpo durante a relação sexual.
Essas moléculas são essenciais para a saúde dos vasos sanguíneos, porque os expande. Isso explica o aumento da sensibilidade em partes do corpo nesse momento, além da possível ruborização da pele. É relevante destacar alguns dos efeitos colaterais da deficiência de óxido nítrico: irritabilidade, depressão, ansiedade, insônia e baixa energia.
Assim como as pessoas que enfrentam a deficiência de óxido nítrico podem apresentar sintomas de ansiedade e depressão, os sintomas podem ser minimizados pelo aumento dele.
Equilíbrio químico
Além das reações descritas até aqui, o cérebro também envia mensagens para o corpo durante as relações sexuais. Isso ocorre com os neurotransmissores, entre eles está a dopamina. Ela tem papel importante na forma como sentimos prazer e em motivar o cérebro a sentir prazer novamente.
A liberação de dopamina no cérebro acontece também durante diversas outras atividades prazerosas. Mas a deficiência de dopamina pode estar ligada à depressão. Porque tem um papel crítico entre o momento em que a pessoa percebe gostar de uma recompensa e o momento em que se sente motivada a buscar por ela.
Muitas das coisas afetadas no corpo pela dopamina são também influenciadas pela serotonina, mas de forma diferente. As duas regulam funções como o sono, emoções e metabolismo.
Há 50 anos pesquisadores estudam a relação entre serotonina e depressão. Nesse tempo eles puderam perceber que baixo nível de serotonina não é uma causa direta de depressão clínica. No entanto, o aumento do nível dela provou ser um tratamento efetivo dos sintomas.
Isso ocorre porque a serotonina ajuda a regular humor, comportamento social, emoções, apetite, digestão, sono, memória e desejo sexual.
E as reações continuam
Ainda há a epinefrina, o hormônio adrenalina, que atua no sistema nervoso simpático. O que faz com que as pessoas sintam o tipo de satisfação de quando saem para fazer atividade física ou algo que desejam muito.
A ocitocina é liberada durante o orgasmo. Nas mulheres, esse hormônio também é liberado durante o trabalho de parto e amamentação. A ocitocina é chamada de hormônio do amor, por ser liberada quando uma pessoa está próxima a sua parceira ou parceiro.
O surgimento desse hormônio ainda faz com que as pessoas sintam afeição e confiança. Além disso, no momento do orgasmo são ativados os circuitos de recompensa no cérebro. Enquanto a parte responsável pelo raciocínio e comportamento se desliga temporariamente.
// HypeScience