Urso polar filmado no norte do Canadá morrendo de fome mostra o devastador impacto que as mudanças climáticas estão provocando nos animais da região.
As imagens foram capturadas pelo grupo Sea Legacy durante uma expedição no verão do hemisfério Norte na Ilha de Baffin, no norte do Canadá, segundo o The Guardian.
“Toda a minha equipe da Sea Legacy estava chorando enquanto filmávamos o urso polar”, escreveu o fotógrafo Paul Nicklen nas redes sociais, depois de publicar o vídeo nesta semana.
As imagens mostram o animal, visivelmente magro e com dificuldades para andar enquanto procura por comida. O fotógrafo acredita que não era um urso com muita idade e que provavelmente teria morrido horas depois deste episódio.
“Isto é morrer de fome. Atrofia muscular. Sem energia. É uma morte lenta e dolorosa“, continua.
A equipe diz que há uma linha direta entre as condições de vida destes animais e das consequências do aquecimento global. “Com a temperatura aumentando e o gelo derretendo, os ursos polares perdem o acesso à principal base da sua dieta – as focas”, informa.
“Morrendo de fome e começando a ficar sem energia, estes animais são forçados a procurar por qualquer fonte de alimento em outros locais”, escrevem.
Desde que publicou o vídeo, Nicklen tem sido questionado sobre o porquê de não ter tentado salvar o urso. “Claro que isso me passou pela cabeça. Mas não ando propriamente com uma arma tranquilizante no bolso ou com 200 quilos de carne de foca”, contou em entrevista à National Geographic.
“Não havia salvação para este urso. A verdade pura e dura é esta – se a Terra continuar a esquentar, vamos perder os ursos e todos os ecossistemas polares”, alerta.
“É uma cena que aperta o coração que ainda me atormenta, mas eu sei que precisamos compartilhar tanto o bonito como o angustiante se queremos derrubar os muros de apatia”, afirma.
A associação destaca ainda um estudo de 2015, da International Union for the Conservation of Nature, que acusa o aquecimento global de ser a principal ameaça para os cerca de 26 mil ursos polares que existem no mundo.
Os pesquisadores alertam para uma alta probabilidade desta população poder diminuir em cerca de 30% até 2050 graças às mudanças no seu habitat natural.
Ciberia // ZAP