Uma missão arqueológica sueco-egípcia, liderada por Maria Nilsson e John Ward, ambos da Universidade de Lund, na Suécia, descobriu em Gebel el-Silsila, no Egito, uma enorme vala comum datada da 18ª dinastia.
O descoberta, anunciada por de Mustafa Wasiri, secretário-geral do Ministério de Antiguidades do Egito, revelou que a vala comum foi encontrada a cinco metros de profundidade, tendo duas câmaras sem qualquer decoração.
O espaço está repleto de água, sendo necessário bombeá-la para continuar com os trabalhos arqueológicos. Vale salientar que, recentemente, houve uma tentativa de roubo no local, dificultando ainda mais as escavações.
Cronologicamente, há indicações de enterros no Egito há, pelo menos, três gerações, que vão desde Tutmés II a Amenófis II, ou seja, há 3.400 anos.
Os arqueólogos encontraram, pelo menos, restos mortais de 50 pessoas, metade dos quais pertencentes a crianças. A equipe acredita que o número de cadáveres irá aumentar à medida que a vala continuar a ser explorada.
Até então, nunca foi encontrada uma vala comum nessa região com restos mortais de tantas pessoas. Além do número recorde de cadáveres, a quantidade de restos mortais de crianças e mulheres é impressionante, indicando que havia na época uma sociedade estruturada e completa, onde trabalham e viviam várias pessoas na localidade, anteriormente conhecida como Jeny.
Os trabalhos descobriam até agora três sarcófagos de arenito, dois dos quais foram explorados e continham os retos mortais de um bebê e de uma criança ainda pequena. O terceiro sarcófago também foi também construído para um bebê.
As escavações vão continuar até o fim do ano. Além dos sarcófagos, foram encontrados ainda amuletos, braceletes, ânforas, jarros de cerveja, tigelas, frascos, assim como outros recipientes.
Abdel Moniem, diretor-geral do Departamento de Antiguidades de Aswan, declarou que o grupo avalia o estado de preservação da vala, uma vez que a movimentação de água e areia tem deteriorado o interior, onde estão os vários sarcófagos e artefatos.
O Egito tem feito publicidade de novas descobertas na esperança de reanimar o setor do turismo, que ainda se recupera da turbulência ocorrida após a revolta de 2011, que derrubou o ditador de longa data Hosni Mubarak.