A variante Delta do coronavírus, que ameaça a suspensão das últimas restrições no Reino Unido, é 40% mais transmissível do que a variante Alfa, identificada no território britânico. A informação é do ministro da Saúde britânico, Matt Hancock.
“A melhor estimativa da vantagem de crescimento, como a chamamos (…) está em torno de 40%“, declarou o ministro neste domingo (6) à BBC, citando pesquisa de um grupo de cientistas que assessora o governo.
No entanto, apesar do aumento no número de novos casos de Covid-19 nos últimos dias, que ultrapassa os 5.000 diagnósticos registrados diariamente, o número de internações permanece estável, acrescentou Hancock. A maioria das hospitalizações refere-se a pacientes que não foram vacinados, assegurou.
O Reino Unido, o país mais afetado da Europa, com cerca de 128.000 mortes na pandemia, administrou pelo menos uma primeira dose da vacina contra a Covid-19 a mais de 40 milhões de pessoas.
Mais de 27 milhões já receberam uma segunda dose. Mas a chegada da variante Delta, identificada pela primeira vez em abril na Índia e agora dominante no Reino Unido, segundo estimativas, ameaça o levantamento das últimas restrições esperadas em 21 de junho.
Até lá, cerca de três quintos dos adultos estarão totalmente vacinados, garantiu Hancock, contra 52% hoje.
França tem mais de 50 casos da variante Delta
A França já identificou formalmente 31 casos da variante Delta no departamento de Landes, no sudoeste do país. No entanto, “cerca de 20 outros”, não sequenciados geneticamente, podem estar relacionados a esta cepa, elevando o total para cerca de 50 infecções, afirma a Agência Regional de Saúde (ARS).
Todas as pessoas portadoras da variante Delta estão agrupadas em 15 focos de contaminação descobertos em seis cidades das regiões da Ocitânia e Aquitânia, onde fica o departamento de Landes.
O que intriga as autoridades é que as duas primeiras pessoas diagnosticadas com esta linhagem não tiveram contato com viajantes provenientes da Índia ou do Reino Unido.
O governo francês está preocupação com o aumento da prevalência da Covid-19 nesta área do território, em particular a poucas semanas do início das férias de verão. As praias da Aquitânia, que se estendem de localidades próximas de Bordeaux até Biarritz, passando pelo País Basco francês, acolhem milhares de turistas durante os meses de julho e agosto, alta temporada do verão no hemisfério norte.
De acordo com a ARS, a “situação epidemiológica é desfavorável” no departamento de Landes, que apresenta uma taxa de incidência de 95,6 casos positivos da Covid-19 por 100.000 habitantes, superior à nacional, e em trajetória de alta de 35% em menos de três semanas, informou a ARS.
As autoridades francesas acompanham com atenção a evolução da epidemia no sudoeste, no momento em que o país continua registrando um forte recuo da doença. Apenas 6.654 novos casos de Covid-19 foram registrados nas últimas 24h e 267 pessoas deram entrada nos hospitais com dificuldades respiratórias.
O governo francês se prepara para suspender restrições no dia 9 de junho, quando os restaurantes voltarão a receber a clientela em ambiente fechado e o público autorizado em cinemas, museus, teatros e estádios será ampliado.
Até o momento, 27,5 milhões de franceses receberam a primeira dose da vacina contra o coronavírus e 13,4 milhões foram completamente imunizados. Falta vacinar 18,9% da população para atingir uma taxa de imunização de 60%.
// RFI