Existem algumas pessoas que simplesmente não conseguem esperar que os outros façam as coisas e resolvam os problemas, mas se adiantam e fazem por eles mesmos. Este é o caso de Diego Saldanha, que vive na região metropolitana de Curitiba e estava cansado de ver lixo, garrafas, sofás e até mesmo fogões, correndo pelas águas do rio que passa ao fundo de sua casa.
Foi quando ele decidiu que precisava fazer alguma coisa e construiu uma barreira flutuante com as próprias mãos. A ecobarreira funciona como um dique flutuante formado por galões plásticos unidos por uma rede que, esticado de uma margem à outra, funciona como uma barreira que retém o lixo que é arrastado pela correnteza.
Desde que ele a instalou, em janeiro de 2017, ele impediu que mais de 1 tonelada e meia de resíduos do Rio Atuba fosse para a natureza e contaminasse as águas, que abastecem toda a região.
Diego, que vende frutas nos semáforos da cidade, organizou ao lado da barreira uma espécie de “museu” e é de impressionar a quantidade de lixo que ele já retirou de lá. Lixo que, se não fosse por ele, teria ido para a natureza. Ele fez uma espécie de parceria com sua mãe, que restaura algumas peças que ele retira do rio e as vende em uma espécie de brechó.
E não para por aí: ele diz que 90% do lixo que ele recolhe são garrafas de plástico e que elas foram importantes para ele arrecadar quase R$ 1 mil no ano passado, pois a escola municipal onde seus filhos estudam possui um projeto que estimula os alunos a levarem todo o lixo reciclável para a escola, que depois é vendido.
Diego afirmou ao UOL que gastou cerca de R$ 1 mil até conseguir finalizar seu projeto, mas que não se importa, pois sabe a importância de seu projeto. Além do mais, ele faz porque gosta. Ele dá palestras sobre o assunto e tem uma página no Facebook, onde posta vídeos da sua ecobarreira, que já chegaram a ter mais de 5 milhões de visualizações e 100 mil compartilhamentos.
Ele tem chamado cada vez mais a atenção de pessoas, políticos da sua cidade e empresas, que enviam presentes e propostas de parcerias. Mas, para ele, nada disso importa, já que a inspiração para continuar o trabalho é lembrar o rio era limpo de quando ele era criança.
Ciberia // UOL / Razões para Acreditar