A cachorrinha Peanut salvou a vida de uma menina de três anos que estava perdida sem roupas em pleno inverno no último dia 17 de março. O episódio aconteceu no Condado de Delta, no estado de Michigan (EUA).
“Era cerca de 11 da manhã e Peanut começou a correr que nem louca pela casa. Ela subia e descia as escadas, latindo e ganindo. Ela foi até a garagem e pediu ao meu marido para sair de casa”, disse a dona da cadela.
“Ele a deixou sair, e ela correu rapidamente até o campo nos fundos da nossa casa, à toda velocidade. Meu marido a seguiu e, para sua surpresa, encontrou uma menina sem roupas tremendo, toda encolhida”, declarou..
No dia, os termômetros registravam zero grau. O homem enrolou a criança em sua camisa e a levou para dentro de casa para que as autoridades fossem chamadas. A única palavra que ela dizia era “cachorrinho”.
A criança foi levada de ambulância para um hospital, onde foi examinada e nenhum ferimento foi encontrado. A polícia localizou a família da criança em uma casa próxima, e foi averiguado que as condições ali encontradas não eram seguras para uma criança. Por isso, a menina e outra criança foram levadas para um abrigo.
Este caso foi contado pela dona de Peanut em uma carta endereçada para o abrigo de cães em que a cachorrinha foi resgatada. A carta foi recebida no dia 20 de março. O abrigo se chama Delta Animal Shelter, e fica na cidade de Escanaba, também no estado de Michigan.
Peanut tem um ano de vida e foi encontrada em 2016 por funcionários do abrigo. A filhote tinha duas pernas e costelas quebradas e havia comido pedaços de carpete. Depois de passar por meses de recuperação, ela foi adotada.
Cães são heróis?
Um conhecido estudo de 2006 realizado no Canadá tentou testar as habilidades dos cães chamarem por ajuda em emergências. Para fazer isso, eles criaram dois cenários em que cães comuns eram testados. O estudo excluiu cães treinados, que são plenamente capazes de chamar ajuda quando seus donos precisam.
No primeiro cenário, os donos dos cães fingiram ter ataques cardíacos em um campo aberto, caindo no chão e ficando sem se mexer por seis minutos. No segundo, o dono era “prensado” por uma estante de livros por seis minutos e pedia ajuda aos cães. Nos dois cenários, havia pessoas ao redor prontas para ajudar.
O resultado foi que nenhum cão tentou pedir ajuda das pessoas que estavam perto. Apenas um dos cachorros fez contato com uma testemunha. Ele era um poodle que pulou em seu colo e se aninhou.
É possível que os cães tivessem percebido que seus donos estivessem fingindo. Mesmo assim, os pesquisadores escreveram: “foi concluído que os cães não entendem a natureza de uma emergência ou a necessidade de pedir ajuda”.
Mas e todos aqueles casos que se tornam famosos de cães que salvam pessoas? Segundo a diretora do laboratório de cognição canina na faculdade de Barnard, Alexandra Horowitz, esses casos só se tornam famosos porque são raros.
“Nunca ouvimos falar de cachorros que não agiram com heroísmo. Aqueles que observam de longe uma criança que se afoga ou que não reagem quando seus donos têm um ataque cardíaco”, diz ela.
A especialista alerta, porém, que isso não significa que os cães são criaturas frias e calculistas, mas sim que eles não sabem como se comportar nessas situações.
“Como eles saberiam como agir?”, argumenta ela. Para ela, cães são ótimos observadores, e também podem ser salvadores, mas a parte mais difícil para eles é adivinhar o que fazer nessas situações.
// HypeScience