A sonda Cassini, na órbita de Saturno desde 2014, prepara manobras para entrar na atmosfera do planeta gigante gasoso em 15 de setembro desse ano, informou ontem (5) a agência espacial norte-americana NASA.
A primeira manobra começará com uma última aproximação a Titã, uma das luas de Saturno, em 22 de abril.
Dotada de 12 instrumentos científicos, a sonda vai efetuar, em 26 de abril, a primeira descida ao espaço inexplorado de 2.400 quilômetros que separa o planeta dos seus anéis.
“Nenhuma sonda se aventurou nesta região única que vamos tentar atravessar 22 vezes”, explicou o adjunto da direção das missões científicas da NASA, Thomas Zurbuchen.
Segundo o pesquisador, a informação recolhida a partir das últimas trajetórias da Cassini poderá permitir uma melhor compreensão da formação e da evolução dos planetas gigantes e dos sistemas planetários em geral.
Importantes descobertas foram feitas graças à sonda, como a da existência de um vasto oceano sob a superfície gelada da lua Encélado e de mares de metano líquido em Titã.
A NASA vai ter que decidir qual a melhor maneira de terminar a missão a Saturno, uma vez que a Cassini já não tem muito combustível.
“A Cassini vai fazer algumas das suas observações mais extraordinárias no final da sua longa vida”, vaticinou a coordenadora da missão científica no Jet Propulsion Laboratory da NASA, Linda Spilker.
A equipe espera obter dados sobre a estrutura interna de Saturno e a origem dos seus anéis, assim como imagens sem precedentes das neblinas do gigante gasoso.
Quando entrar na atmosfera do planeta, a sonda continuará a transmitir informação a partir de muitos dos seus instrumentos, nomeadamente sobre a composição da atmosfera, até a perda do sinal.
Lançada no espaço há cerca de 20 anos, a sonda deve o seu nome ao astrônomo italiano Giovanni Cassini, que descobriu quatro luas de Saturno e observou a divisão de anéis do planeta.
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