A irritação e revolta de usuários do WhatsApp em ter de aceitar, obrigatoriamente, os novos termos de uso do aplicativo, que prevê o compartilhamento de dados das contas com o Facebook, se quiserem continuar a utilizar o mensageiro, é mundial.
Mas, enquanto no Brasil, ainda não houve questionamentos ou sinalização de alguma medida para tentar reverter a mudança por parte de autoridades, na Alemanha, o quadro é diferente.
A Comissão de Proteção de Dados da cidade de Hamburgo ordenou nesta terça-feira, 27, que o Facebook pare de coletar e armazenar dados de usuários do WhatsApp na Alemanha.
O órgão regulador, que tem autoridade sobre as atividades do Facebook em todo o país, também exigiu da rede social apagar todas as informações de quase 35 milhões de usuários alemães já compartilhadas pelo WhatsApp.
“Tem que ser a sua decisão, se quer conectar a sua conta ao Facebook”, opinou o comissário de Proteção de Dados de Hamburgo, Johannes Caspar, em um comunicado.
“Por isso, o Facebook tem de pedir sua permissão com antecedência. E isso não aconteceu”, reforçou, acrescentando que nem o WhatsApp quanto o Facebook tinha recebido permissão dos indivíduos para compartilhar suas informações, tendo desta forma, enganado as pessoas sobre como seus dados seriam utilizados no futuro.
Após a ordem ter sido emitida, o Facebook disse que sempre cumpriu as regras de privacidade da Europa e que estava disposto a trabalhar com o órgão regulador alemão para resolver as suas preocupações.
Mais do que qualquer outra região do mundo, a Europa tem se mostrado contra o uso de informações digitais das pessoas por gigantes da tecnologia americanos, forçando empresas como Google e Facebook a mudar suas políticas depois de terem infringido as regras de proteção de dados da União Europeia.
// Canaltech