Cientistas dos Instituto Gladstone, nos EUA, criaram, a partir de células-tronco, um tipo especial de neurônio que pode potencialmente reparar lesões da medula espinhal.
A células, interneurônios (que se ligam a outro neurônios) “V2a”, transmitem sinais na medula espinhal para ajudar a controlar os movimentos. Quando os pesquisadores transplantaram essas células na medula de cobaias os interneurônios se integraram nas células existentes.
Os interneurônios “V2a” retransmitem sinais do cérebro para a medula espinhal, onde se ligam a neurônios motores que se projetam para os braços e pernas.
Assim, dizem os responsáveis do estudo, publicado esta semana na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. Os interneurônios percorrem longas distâncias, subindo e descendo a medula espinhal para iniciar e coordenar movimentos musculares, bem como a respiração.
Danos nos interneurônios “V2a” podem interromper as ligações entre o cérebro e os membros, o que contribui para a paralisia após lesões na medula espinhal.
“Os interneurônios podem se redirecionar após lesões na medula espinhal, o que os torna um alvo terapêutico promissor”, disse um dos autores da pesquisa, Todd McDevitt.
“O nosso objetivo é reformular os circuitos afetados, substituindo interneurônios danificados para criar novos caminhos para a transmissão do sinal em torno do local da lesão”, adiantou o pesquisador.
Segundo o estudo, os cientistas produziram pela primeira vez interneurônios “V2a” a partir de células-tronco humanas, criando substâncias químicas, e mais tarde ajustando-as, que gradualmente levavam as células base a desenvolverem os interneurônios.
A principal autora do estudo, Jessica Butts, explicou que o objetivo foi encontrar a forma de levar à produção de interneurônios “V2a” em vez de outro tipo de células neuronais, como neurônios motores.
Nas suas experiências, os cientistas implantaram interneurônios na medula espinhal de cobaias saudáveis e verificaram que eles se integraram com as outras células.
De acordo com os cientistas, o próximo passo do estudo é transplantar células em cobaias com lesões na medula espinhal, para ver se os interneurônios “V2a” se ajustam para restaurar os movimentos afetados pela lesão.
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