Marcos Oliveira / Agência Senado
Além da gravação que coloca o presidente Michel Temer na mira da justiça pela compra de silêncio de Eduardo Cunha, Joesley Batista entregou à PGR áudio que piora de forma descomunal a tempestade que já cai sobre a cabeça de Aécio Neves. O ministro Edson Fachin mandou afastar o senador do mandato e Janot fez um pedido de prisão, que foi negado por Fachin.
Agora, para que o pedido de prisão seja levado ao plenário do STF, Rodrigo Janot teria que recorrer da decisão do ministro Edson Fachin.
De acordo com o jornal O Globo, no áudio, o presidente do PSDB pede nada menos que R$ 2 milhões ao empresário. A justificativa é de que precisava da quantia para pagar despesas com sua defesa na Lava Jato.
De acordo com o Portal de Notícias, o diálogo gravado durou cerca de 30 minutos. Aécio e Joesley se encontraram no dia 24 de março no Hotel Unique, em São Paulo. Quando Aécio citou o nome de Alberto Toron como o criminalista que o defenderia, não pegou o dono da JBS de surpresa.
A menção ao advogado já havia sido feita pela irmã e braço-direito do senador, Andréa Neves. Ela foi responsável pela primeira abordagem ao empresário, por telefone e via WhatsApp (as trocas de mensagens estão com os procuradores). As investigações, contudo, mostrariam para a PGR que esse não era o verdadeiro objetivo de Aécio.
Um dos pontos mais chocantes das revelações recentes é o fato do senador ter falado em “matar” a pessoa que buscaria as malas com dinheiro.
Segundo O Globo, ao ser questionado por Joesley se seria o próprio Aécio a buscar a quantia ou alguém de confiança, o senador tucano teria dito: “Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho”.
Fred, indicação para receber o dinheiro, é primo de Aécio. Frederico Pacheco de Medeiros foi diretor da Cemig, nomeado pelo senador, e um dos coordenadores de sua campanha a presidente em 2014.
Irmã foi presa em BH
Andréa Neves, irmã do senador tucano, foi presa por agentes da Polícia Federal (PF) nesta manhã em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte. Além disso, o G1 noticia que a PF cumpre mandados de buscas em endereços ligados a Aécio em vários estados.
No Rio de Janeiro, um chaveiro chegou a ser chamado para que os agentes cumprissem mandado de busca e apreensão em um apartamento de Andréa em Copacabana.
Além da irmã do senador, um procurador da República foi preso, em Brasília, e há mandados contra pessoas ligadas ao ex-deputado federal Eduardo Cunha. Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
