O presidente dos EUA esteve, pela primeira vez, em um encontro de chefes de Estado e de Governo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Como não podia deixar de ser, momentos caricatos como um forte aperto de mão com o presidente francês e um “chega para lá” a um primeiro-ministro marcaram a sua presença.
Segundo a revista alemã Der Spiegel, Donald Trump teria dito na reunião com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, durante o encontro da Aliança Atlântica, em Bruxelas (Bélgica), que os “alemães são maus, muito maus”.
Em causa estão os “milhões de carros que vendem nos Estados Unidos”, algo que o chefe de Estado não vê com bons olhos e para o qual quer arranjar uma solução. “Olhem para os milhões de carros que vendem nos EUA. É terrível. Nós vamos acabar com isso“, teria dito Trump, de acordo com o artigo da revista alemã.
Entretanto, Jean-Claude Juncker contrariou a versão apresentada pela mídia alemã e negou que o presidente dos EUA tenha criticado e sido agressivo com a Alemanha durante o encontro em Bruxelas.
“Eu não quero comentar, mas devo comentar”, disse hoje Juncker, questionado sobre as declarações de Trump, durante uma coletiva de imprensa antes da abertura do encontro do G7 em Taormina, Itália.
O presidente da Comissão Europeia disse que o encontro com Trump foi “franco e construtivo” e afirmou que “não é verdade que tenha dito isso sobre os alemães”.
“Não é verdade que o presidente tenha tido uma abordagem agressiva. É um problema de tradução. Ele não disse que os alemães se portavam mal, disse que havia um problema. Não foi agressivo”, afirmou.
Já Donald Tusk, que também participou do encontro em Bruxelas, disse que não quer “participar nesta cultura de fugas” de informação. O presidente do Conselho Europeu já tinha dito que, durante a reunião com Trump, estiveram de acordo em muitas áreas, com exceção de temas como o clima, o comércio e a Rússia.
Desde que ocupa a Casa Branca, esta foi a primeira reunião de Trump com os líderes da União Europeia (UE), e teve lugar à margem da reunião com chefes de Estado e de Governo da Otan.
Hoje, deverá se encontrar com Angela Merkel no encontro do G7. Para já, nem o governo alemão, nem a Casa Branca, comentaram as supostas afirmações do presidente.
O “estranho” cumprimento entre Trump e Macron
Emmanuel Macron e Donald Trump se encontraram, pela primeira vez, na Embaixada dos EUA em Bruxelas. O cumprimento entre os dois chefes de Estado está dando o que falar porque, pelo visto, o francês não deu o braço a torcer e também mostrou sua força.
Segundo o The Telegraph, foi um cumprimento muito “estranho”. “Cada presidente agarrou a mão do outro com uma intensidade significativa, os dedos começaram a ficar brancos e percebeu-se que os rostos estavam apertados”, diz um relatório da associação de correspondentes da Casa Branca.
“Trump tentou duas vezes se libertar do cumprimento e Macron segurou firme sua mão. Foi um aperto de mão entre dois alfas“, escreveu Philip Rucker, do Washington Post.
De acordo com o jornal britânico, Trump é conhecido por segurar a mão da outra pessoa vigorosamente e puxá-la em sua direção, um gesto que os psicólogos consideram que é uma forma de mostrar dominância. Mas parece que desta vez não teve sorte.
Trump empurra ministro para ficar à frente na foto
Além do cumprimento com o presidente francês, Donald Trump também foi protagonista de outro momento “caricato” durante o habitual retrato da Otan.
Quando os chefes de Estado e ministros começavam a se aproximar para a foto, o presidente dos EUA surgiu de repente entre um grupo de governantes, dando um valente encontrão ao primeiro-ministro do Montenegro, Milo Dukanovic.
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