Um evento de extinção em massa ocorrido há 200 milhões de anos tornou possível a ascensão dos dinossauros na Terra. Esta é a conclusão de um novo estudo científico realizado por investigadores do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
A pesquisa apurou que o florescimento dos dinossauros como criaturas dominantes na Terra foi precedido de um período de grande atividade vulcânica que levou a um dos maiores eventos de extinção em massa da história do planeta, no fim do período Triássico, há 200 milhões de anos.
O estudo publicado no jornal PNAS constata que erupções vulcânicas repetitivas tiveram um impacto avassalador sobre todo o ambiente, bloqueando o Sol e aumentando os níveis de dióxido de carbono na atmosfera.
Houve assim alterações profundas na vegetação do planeta e ninguém sabe explicar como e por que os dinossauros sobreviveram, mas o certo é que estes grandes animais conseguiram “explorar as falhas no ecossistema” de tal forma que acabaram por dominar a Terra durante os 135 milhões de anos seguintes.
“Antes da extinção e das erupções vulcânicas, havia muitos grupos de grandes répteis, tais como animais tipo crocodilos, e parentes primitivos dos mamíferos, bem como os próprios dinossauros”, explicam os autores do estudo.
“Os dinossauros não eram um grande grupo na época. Contudo, a extinção matou os primeiros dois grupos, deixando os dinossauros como o único grande grupo terrestre de répteis remanescente”, acrescentam.
As conclusões foram baseadas na análise à quantidade de mercúrio presente nos sedimentos das rochas depositados durante esse período, há 200 milhões de anos. O mercúrio é uma espécie de “impressão digital” da atividade vulcânica.
“Se consegue-se ver um grande aumento de mercúrio nestes sedimentos, pode se concluir que há vulcanismo acontecendo nesse exato período. E é isso que vemos na época desta extinção”, explica na BBC o cientista que liderou a pesquisa, Lawrence Percival.
BBC // ZAP