Tem um trilhão de toneladas e é um dos maiores icebergs já vistos. Depois de ameaçar se soltar há mais de seis meses, o iceberg gigante se desprendeu nesta quarta-feira (12) do continente antártico, disseram pesquisadores da Universidade de Swansea, no Reino Unido.
“O icerbeg surgiu entre segunda e quarta-feira“, indicaram os especialistas, que monitoram a evolução deste bloco de gelo gigantesco.
Segundo o The Guardian, o bloco de gelo, com 5.800 km2, é maior que o Distrito Federal, e se separou agora da plataforma de gelo Larsen C, na Antártida Ocidental, a sul do continente americano. A separação era esperada pelos cientistas, que há mais de dez anos seguiam uma grande fenda, cuja propagação se acelerou a partir de 2014.
Os cientistas não consideram que a fissura tenha aparecido devido às alterações climáticas: a abertura destas grandes fendas é um efeito habitual dos movimentos internos da Terra.
No mês passado, quando a plataforma já estava presa ao continente por apenas 20 quilômetros de gelo, os cientistas já adivinhavam o desprendimento do segundo maior iceberg da história aconteceria em breve. No dia seguinte, já faltavam apenas 13 quilômetros.
A massa de gelo, com 200 metros de espessura, não deverá se mover para longe nem muito depressa, mas deverá continuar a ser monitorada. Correntes e ventos podem eventualmente empurrar o iceberg para norte do Antártico, o que causaria dificuldades à navegação.
Segundo os cientistas, a separação não irá afetar o nível do mar porque o gelo que se desprendeu já estava no oceano, embora alguns especialistas admitam que possa acelerar a desestabilização da Larsen C.
Segundo afirmam a Agência Espacial Europeia (ESA) e o cientista Noel Gourmelen, da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, o iceberg criado com a separação deste bloco de gelo é um dos maiores da jamais vistos, com 1.155 quilômetros cúbicos de gelo, equivalente à água necessária para encher 462 milhões de piscinas olímpicas.
O tamanho desse iceberg apenas é superado pelo do iceberg B-15, o maior icebergue alguma vez registrado no mundo. Com uma área de mais de 11 mil km², o B-15 era maior que a ilha da Jamaica.
A mesma agência assinalou também que as plataformas vizinhas, Larsen A e Larsen B, experimentaram um processo similar com “fragmentações espetaculares” em 1995 e 2002, respectivamente.
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