Nesta terça-feira (2), o presidente norte-americano ameaçou cortar a ajuda financeira à Autoridade Palestina, mas os palestinos afirmam que não vão ceder “à chantagem” dos Estados Unidos.
Donald Trump sugeriu, no Twitter, que pode vir a cortar os fundos atribuídos aos palestinos por eles já não estarem “dispostos a negociar a paz”. Além disso, destacou que Washington não tem recebido “qualquer estima ou respeito” em troca dessa ajuda externa.
“Pagamos aos palestinos CENTENAS DE MILHÕES DE DÓLARES e não temos qualquer estima ou respeito. Eles nem sequer querem negociar um tratado de paz com Israel, há muito tempo devido”, afirmou o presidente norte-americano.
Este possível corte de financiamento surge em resposta a Mahmoud Abbas, chefe da Autoridade Palestina, que declarou que os EUA já não são neutros e que, portanto, não se qualificam para mediar as negociações com o Estado hebraico.
As declarações foram feitas na sequência da decisão de Trump declarar Jerusalém a capital de Israel e de anunciar que vai mudar a embaixada norte-americana de Tel Aviv para a disputada cidade, uma decisão contestada pela maioria da comunidade internacional.
Palestinos não vão ceder “à chantagem” de Trump
Nesta quarta-feira (3), em resposta à ameaça de Trump, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que integra a Autoridade Palestina, acusou o presidente americano de estar “sabotando a procura pela paz, liberdade e justiça” na região.
“Não cederemos à chantagem”, afirmou Hanan Ashrawi, membro do comitê executivo da Organização de Libertação da Palestina. Em comunicado, Ashrawi afirma que Trump está a culpar os palestinos pelas “consequências das suas próprias ações irresponsáveis“.
“Os direitos palestinos não estão à venda. Ao reconhecer Jerusalém ocupada como capital de Israel, Trump não só violou a lei internacional, como destruiu as bases da paz, aceitando a anexação ilegal da cidade por Israel”, sustentou.
Israel ocupou Jerusalém Oriental durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e anexou a cidade em 1980, contra a posição da comunidade internacional. Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado da Palestina.
Ciberia // ZAP