Enquanto o Tesla Roadster conquistou toda a atenção durante o histórico lançamento do foguete da SpaceX, havia uma segunda carga secreta escondida no carro. Preso dentro do carro está um pequeno objeto projetado para durar milhões (ou até bilhões de anos), muito mais que o próprio carro.
É um minúsculo dispositivo de armazenamento de informações que contém 360 terabytes de dados, o mesmo que 7 mil discos de Blu-Ray.
Chamado de Arch, o minúsculo dispositivo feito de cristal de quartzo contém bibliotecas de informação codificadas, e é resistente o suficiente para suportar as terríveis condições espaciais. Ele tem o tamanho de uma moeda, e parece um CD em miniatura.
Quem está por trás da tecnología é a Arch Mission Fundation, uma ONG que pretende “preservar e disseminar o conhecimento da humanidade através do tempo e do espaço, para o benefício das futuras gerações”.
A tecnologia foi desenvolvida pelo físico Peter Kazansky, da Universidade de Southampton, no Reino Unido. Dois discos foram criados: Arch 1.1 e Arch 1.2, que teoricamente são estáveis por até 14 bilhões de anos, graças ao armazenamento em 5D, em que a informação é codificada com a ajuda de nanoestruturas em um vidro de sílica de quartzo.
O Arch 1.2 está percorrendo o espaço a uma velocidade de 12.908 km/h, e contém a trilogia Foundation, de Isaac Asimov, um clássico sci-fi que trata do conceito de preservar o conhecimento e cultura humana em um universo vasto e cruel. Este primeiro disco foi apelidado de “Biblioteca Solar”.
“A Biblioteca Solar vai orbitar o sol por bilhões de anos. Pense nisso como um anel de conhecimento ao redor do Sol. Este é o primeiro passo de um projeto épico para selecionar, codificar e distribuir nossos dados através do Sistema Solar e além”, explica Nova Spivack, co-fundadora da Arch Mission Foundation.
Dois novos lançamentos estão programados para 2020 e 2030, com as arcas “Lunar” e “Mars”, que devem levar backups do conhecimento humano para a Lua e para Marte. O segundo disco foi projetado para ajudar no desenvolvimento de uma internet no Planeta Vermelho.
Com todas estas arcas espalhadas pelo Sistema Solar, o conhecimento humano ficará descentralizado da Terra – e na realidade estas arcas podem até ser enviadas para muito, muito longe da Via Láctea.
Ciberia // HypeScience