Um grupo de investidores pretende abrir um canal junto à fronteira com os dois países, de modo a transformar o Catar em uma ilha.
De Salwa a Khor Al Adeed, o canal terá 60 quilômetros de comprimento, 200 metros de largura e de 15 a 20 metros de profundidade. O projeto que irá transformar o Catar numa ilha ainda aguarda aprovação oficial das autoridades, segundo o jornal saudita Sabq, citado pelo Diário de Notícias.
O canal será de propriedade exclusiva da Arábia Saudita, já que será escavado no território do país.
Na faixa de terra, de cerca de um quilômetro, que restar entre o canal e a fronteira catari, os sauditas pretendem criar uma “zona militarizada“, que deve incluir uma base militar e um cemitério de resíduos nucleares. Já na outra margem, estão previstos resorts turísticos.
Prevê-se que o projeto demore cerca de um ano para ser concluído e os jornais sauditas garantem que o financiamento da obra ficou ao cargo de investidores da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes. As escavações serão feitas por empresas egípcias, com experiência no canal do Suez.
Tornar o Catar uma ilha custará cerca de 750 milhões de dólares. Apesar de ainda não ter sido confirmado oficialmente, o fato de vários meios de comunicação terem noticiado a história sem haver nenhum comunicado a desmentir o projeto por parte de Riade fortalece a possibilidade de este projeto se vir a tornar mesmo real.
Os analistas encaram o canal como uma forma de pressão sobre o Catar, devido ao fato de incluir resorts turísticos perto de um cemitério de resíduos nucleares e de se apostar na passagem dos navios que passam no Golfo Pérsico por uma nova rota.
Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos e Bahrain cortaram suas relações diplomáticas e comerciais com o Catar, em junho do ano passado, acusando o país de apoiar grupos extremistas e de financiar o terrorismo. Os quatro países comunicaram a Doha uma lista com 13 exigências para retomar as relações, mas o Catar as rejeitou.
Anwar Gargash, ministro das Relações Exteriores dos Emirados, referiu que a eventual construção do canal é a prova de que o Catar não conseguiu resolver a crise, aconselhando o país a reconsiderar a sua posição.
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