Uma nova pesquisa científica descobriu como dinossauros gigantes, com um peso semelhante a um rinoceronte dos dias atuais, se sentavam sobre seus ovos para chocá-los, sem os quebrarem. E sim, era com muito cuidadinho!
A pesquisa, publicada esta semana nas Biology Letters, baseou-se nos ninhos dos ovirraptossauros, dinossauros terópodes, com cabeças parecidas com as dos papagaios e cristas semelhantes às dos casuares atuais, que pesavam entre 37 quilos e 2 toneladas.
O estudo apurou que os ninhos destes dinossauros gigantes tinham formatos diferentes, conforme o seu tamanho. Assim, os ovirraptossauros maiores tinham ninhos em forma de rosquinha, com buracos no meio, em torno dos quais alinhavam os ovos em círculo, o que lhes permitia se sentar sobre eles sem os quebrarem.
Já os ovirraptossauros menores tinham ninhos sem buracos ou com buracos pequenos, sentando-se diretamente sobre os ovos.
“Os oviraptossauros parecem ter se adaptado para conseguirem se sentar sobre seus ninhos, mesmo com um corpo de tamanho gigante”, explica ao Live Science a coautora do estudo, Darla Zelenitsky, professora de Paleontologia na Universidade canadense de Calgary.
A cientista nota que esses dinossauros seriam “muito exigentes quanto ao modo como os seus ovos eram organizados no ninho”. Um dado que explica por que os vestígios de ninhos encontrados se apresentam praticamente intactos. Esta circunstância permitiu aos paleontólogos medirem todo o seu diâmetro, bem como o buraco no meio.
O estudo menciona ninhos com cerca de 40 centímetros, no caso dos ovirraptossauros de cerca de 40 quilos, e ninhos que podiam chegar até os 3 metros, no caso dos ovirraptossauros com 1500 quilos.
Quanto maior o dinossauro, maior é o diâmetro do buraco ao meio, apontam os paleontólogos, referindo que a configuração seria menos eficaz em manter os ovos aquecidos.
“Esse comportamento de ninhada pode ter sido menos eficiente nas espécies maiores, porque pode ter havido menos contato com os ovos devido à configuração modificada dos ninhos”, concluem os autores do estudo.
Ciberia // ZAP