Continua a troca acesa de ameaças entre os presidentes dos Estados Unidos e do Irã. Em letras maiúsculas e tom de fúria, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou o Twitter para responder ao presidente iraniano Hassan Rohani e deixar claro que não irá tolerar ameaças.
“Para o presidente Rohani: Nunca mais volte a ameaçar os EUA, ou vai sofrer as consequências como poucos na história sofreram. Já não somos um país que apoia suas palavras dementes de violência e morte. Tenha cuidado”, escreveu Donald Trump.
Neste domingo (22), o presidente iraniano, Hassan Rohani, advertiu os Estados Unidos para não “brincarem com a cauda do leão“, assegurando que um conflito com Teerã será “a mãe de todas as guerras“. As declarações de Rohani foram feitas poucas horas antes de um esperado discurso do secretário de Estado norte-americano sobre o Irã.
“Declaram a guerra e depois falam da vontade de apoiar o povo iraniano”, disse Rohani dirigindo-se ao presidente dos EUA, Donald Trump, em reunião de diplomatas iranianos na capital do país.
“Não pode provocar o povo contra a segurança e os próprios interesses”, disse o presidente. Rohani voltou a avisar que o Irã poderá fechar o estreito estratégico de Ormuz, que controla o Golfo e por onde passa cerca de 30% do petróleo mundial transportado por via marítima.
“Nós somos a garantia de segurança desse estreito desde sempre, não brinque com a cauda do leão, vai se arrepender”, avisou, acrescentando: “A paz com o Irã será a mãe das pazes e a guerra com o Irã representará a mãe das guerras”.
“Sempre que a Europa procurou um acordo conosco a Casa Branca semeou discórdia”, disse Rhoani, acrescentando: “Não devemos pensar que a Casa Branca ficará para sempre neste nível de oposição ao direito internacional, contra o mundo muçulmano”.
EUA sem medo de aplicar sanções
Também em resposta a Rohani, Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano, disse que os Estados Unidos da América “não têm medo” de impor sanções “no mais alto nível” ao regime de Teerã.
Em discurso na diáspora iraniana na Califórnia, Pompeo confirmou que Washington quer que todos os países reduzam suas importações de petróleo iraniano “perto de zero” até 4 de novembro, caso contrário enfrentarão sanções dos EUA.
O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a saída dos EUA do acordo internacional de 2015, assinado com o objetivo de impedir que o Irã adquirisse armas nucleares, e o retorno das sanções norte-americanas.
Enquanto muitos dos aliados dos Estados Unidos tentam salvar o acordo nuclear iraniano, o chefe da diplomacia norte-americana reiterou seu desejo de que “o regime iraniano mude significativamente seu comportamento, tanto dentro do Irã como no cenário mundial”, se recusando a distinguir entre radicais e moderados.
Mike Pompeo anunciou ainda o fortalecimento da campanha de propaganda norte-americana com o lançamento de um canal multimídia (televisão, rádio, redes digitais e sociais) 24 horas por dia em farsi (a língua persa), “para que os iranianos comuns, no Irã e em todo o mundo, saibam que a América está do seu lado”, bem como medidas “para ajudar os iranianos a contornar a censura na internet”.
Ciberia // ZAP