Uma equipe internacional de pesquisadores confirmou que o genoma humano pode conter até 20% de genes codificadores a menos do que se pensava até então.
Os cientistas descobriram que até 20% dos genes identificados como codificadores – aqueles que produzem proteínas que permitem o funcionamento dos seres vivos – podem, na verdade, não codificar proteínas. Dos 20 mil genes classificados assim, mais de 4 mil podem não conseguir codificar.
“Temos sido capazes de analisar muitos desses genes em detalhes”, explica o geneticista Michael Tress, “e mais de 300 genes já foram reclassificados como não-codificadores”.
No entanto, se estes genes – e, potencialmente, milhares de outros – não são codificadores de proteínas, qual seria a sua função? Ainda não é certo, mas os cientistas acreditam que estes genes podem fazer parte do DNA não codificador (DNA considerado “lixo” genético, que também pode desempenhar funções importantes), que compõe cerca de 75% do total do genoma humano.
Desde que, em 2003, o sequenciamento do genoma humano foi concluído, pesquisadores de todo o mundo têm trabalhado para completar o proteoma humano – número total de proteínas geradas por genes – e os respectivos genes que as produzem. No entanto, a tarefa não é fácil, dada a complexidade do genoma humano.
A descoberta, publicada no dia 30 de julho na Nucleic Acids Research, pode ser um fator determinante para a biomedicina e para o tratamento de várias doenças, como o câncer ou patologias cardiovasculares.
Ainda serão necessárias pesquisas adicionais para confirmar com total certeza a descoberta. No entanto, quanto mais cedo os cientistas eliminarem as ambiguidades do genoma humano, melhor será a ciência da genética humana.
“Mesmo que só metade deste genes potenciais não-codificadores se mostrem realmente como tal, a descoberta terá realmente um impacto substancial em diverso campos. Quanto mais genes não-codificadores forem classificados como codificantes, mais ruidosos serão os resultados”, concluem os cientistas.
Ciberia // ZAP