Um mineral ultra-raro que se forma apenas quando rochas espaciais atingem a crosta terrestre com uma enorme pressão foi encontrado na Austrália. Até o momento, em todo o planeta, só foram encontrados seis exemplares desse mineral, conhecido como reidite.
Um grupo de cientistas da Curtin University descobriu um dos minerais mais raros da Terra no fundo de uma cratera de impacto de meteoritos, que é, provavelmente, a maior cratera de impacto já descoberta na Austrália.
O reidite é um mineral extremamente raro que só se forma quando outro mineral, o zircão, é exposto a altas temperaturas e pressões. Ou seja, o forte impacto de um meteorito faz com que o zircão se transforme na rara substância que é o reidite.
Até então, só foram encontrados seis exemplares desse mineral em todo o planeta – nos EUA, na Alemanha, na China e na Índia. Dessa vez, e pela primeira vez na Austrália, a raridade foi descoberta perto da baía de Shark, a 750 quilômetros da cidade de Perth.
Como notou o líder da pesquisa, Aaron Cavosie, esse é um mineral de dimensões microscópicas. O especialista frisou ainda que, se todos os minerais de reidite já encontrados no planeta fossem juntados em um só, teriam o tamanho de um grão de arroz.
A cratera onde o mineral foi descoberto está enterrada debaixo de rochas sedimentares e seu tamanho é ainda desconhecido. Os pesquisadores tentam agora definir as características da cratera, e caso ela tenha um diâmetro superior a 100 quilômetros – como é esperado –, seria a maior cratera de impacto já descoberta na Austrália.
Um cratera 100 quilômetros de diâmetro implica que o impacto do objeto espacial fosse capaz de causar uma catástrofe natural. Em termos de comparação, a cratera de Chicxulub – associada à extinção dos dinossauros há cerca de 66 milhões de anos – tem um diâmetro de 180 quilômetros.
Os cientistas pretendem ainda datar com mais precisão a cratera. As estimativas atuais apontam que teria cerca de 360 milhões de anos.