Uma equipe de pesquisadores brasileiros criou uma maneira segura para transportar órgãos que estão a caminho do transplante. A embalagem foi desenvolvida por estudantes do Instituto Mauá de Tecnologia, IMT, com apoio da Universidade Federal de São Paulo, Unifesp.
Hoje, transporte do órgão é feito com três sacos estéreis cheios de gelo para que ele não sofra nenhum trauma no meio do caminho, e depois é posicionado dentro de uma caixa térmica. A nova embalagem foi a solução encontrada pelo grupo para as questões de segurança e resfriamento do órgão.
O projeto faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso, TCC, de um grupo de quatro estudantes de engenharia de produção.
Pesando apenas 5,8 quilos e com travas na tampa, a caixa não necessita de gelo para a refrigeração. O sistema de controle de temperatura consiste em uma placa de Peltier. Ele funciona da seguinte forma: um lado esquenta e outro esfria.
O lado quente é responsável por levar o calor para fora da embalagem, enquanto o lado frio tem como função resfriar a parte interna.
Além disso, a embalagem é feita com duas camadas de poliestireno (PS) de alto impacto, um termoplástico para evitar choques durante todo o trajeto, e uma camada de poliuretano (PU) capaz de isolar o meio interno do externo.
“Isso reduz o peso da caixa, porque a densidade do poliestireno é menor do que o ABS, que é o material usualmente utilizado para a fabricação das caixas de transporte”, afirmou Daniela Mika Sonohara, uma das responsáveis pelo projeto.
Para facilitar a entrada no centro cirúrgico, as estudantes de engenharia de produção criaram uma caixa com duas camadas removíveis. “Isso diminui as chances de haver alguma contaminação”, ressalta Sonohara.
Na caixa interna existe uma espécie de berço com uma membrana interna que deve abraçar o órgão para que ele não fique “dançando” dentro da embalagem. Esse berço é regulável para poder transportar um ou mais órgãos, de crianças ou de adultos, seja qual for o seu tamanho.
“Isso serve também para diminuir o impacto e a vibração durante todo o trajeto”.
A nova embalagem também conta com um visor que mostra a temperatura durante todo o percurso e, para facilitar o transporte, ela dispõe de rodinhas embutidas com uma alça telescópica que auxiliam na hora de puxá-la. Ou, se a pessoa preferir, também é possível carrega-la na mão, pois existem duas alças laterais destinadas a isso.
O protótipo da embalagem foi impresso em 3D e em tamanho real no FabLab do IMT e o resultado foi apresentado durante o Eureka, no IMT de São Caetano do Sul, neste final de semana.
Orgulho destes jovens …. Brasil precisa de mais pessoas assim