Cientistas americanos chegaram à conclusão de que em 536 d.C., “um dos períodos mais terríveis” começou na história da humanidade.
Segundo o historiador medieval Michael McCormick, arqueólogo da Universidade de Harvard, um “nevoeiro misterioso” caiu sobre a Europa, Oriente Médio e algumas regiões da Ásia por um ano e meio.
Nessa época, devido a uma queda acentuada da temperatura média anual no hemisfério norte, as safras fracassaram e começou um período de escassez terrível.
“O sol emitia sua luz sem brilho, assim como a lua, durante todo o ano”, disse no século VI o historiador bizantino Procópio de Cesareia, acrescentando que, “desde o início, nem a guerra, nem a peste, nem qualquer outra calamidade, que causava a morte, cessaram entre as pessoas. O que veio a ser chamado de Peste de Justiniano espalhou-se rapidamente”.
Durante o reinado de Justiniano (datado de 527 a 565 d.C.), especificamente no ano de 541, aconteceu uma epidemia global de peste que matou 100 milhões de pessoas no Oriente e 25 milhões na Europa.
Os autores do novo estudo, publicado essa quarta-feira (14) na revista Antiquity, coletaram amostras de gelo datadas da primavera do ano de 536 e encontraram partículas microscópicas de vidro vulcânico nelas.
Em seguida, os cientistas compararam as amostras com algumas partículas achadas anteriormente e chegaram à conclusão de que correspondem a rochas vulcânicas da Islândia. Segundo os pesquisadores, a grande erupção vulcânica ocorrida neste país causou uma série de desastres que varreu o mundo naquela época.
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