Duas mesquitas foram atingidas por um tiroteio na cidade de Christchurch, no sul do país, nesta sexta-feira (15), em um ataque perpetrado por um australiano radical de extrema direita. Segundo o chefe da polícia local, Mike Bush, 48 pessoas estão hospitalizadas.
Segundo a primeira-ministra, Jacinta Arden, o atirador principal, um australiano de 20 anos, foi detido com outros dois suspeitos armados e indiciado por homicídio. Uma mulher também foi presa.
A premiê descreveu a ação como “um dos dias mais sombrios jamais vividos no país”, conhecido pela sua tolerância e diversidade. “O que aconteceu aqui é um ato excepcional e sem precedentes de violência. Muitos dos que foram atingidos pelos tiroteios são imigrantes ou refugiados”, declarou.
Na hora do tiroteio, a mesquita Masjid al Noor, na avenida Deans, uma das mais conhecidas da cidade, estava lotada de fiéis, incluindo a equipe nacional de cricket do Bangladesh, que saíram ilesos.
Uma testemunha contou que estava rezando quando ouviu os tiros e, fugindo do local, viu sua mulher ser atingida por uma bala na frente da mesquita. Outro homem viu os extremistas atirarem em crianças.
“Tinha sangue para todos os lados”, declarou. A polícia pediu à população que não compartilhasse “imagens extremamente chocantes”, compartilhadas ao vivo no Facebook, que mostram um homem branco atirando nas vítimas. As cenas também mostram galões de gasolina e armas escondidas no bagageiro de um carro.
Antes de agir, o atirador havia publicado um manifesto racista e homofóbico, dizendo ser fã de Donald Trump. Policiais destruíram explosivos encontrados num carro próximo de um dos locais do ataque. Por precaução, as forças armadas neozelandesas destruíram sacos suspeitos na capital do país, Auckland.
Linha telefônica
A prefeitura da cidade neozelandesa abriu uma linha telefônica destinada aos pais dos jovens que manifestavam contra o aquecimento global, perto do local onde ocorreu o ataque. Todas as escolas da cidade foram fechadas, assim como a biblioteca central. A Nova Zelândia, conhecida pela sua baixa taxa de criminalidade, elevou seu nível de alerta de baixo para elevado.
De acordo com um censo publicado em 2013, cerca de 46 mil pessoas se consideram “muçulmanas” na Nova Zelândia, cerca de 1% da população total. Em 2017, seis fiéis foram mortos em uma mesquita em Québec, no Canadá. O autor do tiroteio foi condenado à prisão perpétua.
// RFI BR