Você já deve ter ouvido falar que a reação a um polêmico telefonema com um líder estrangeiro ameaça o futuro da Presidência de Donald Trump.
O presidente americano enfrenta um inquérito de impeachment sob a acusação — que ele nega — de ter condicionado ajuda militar à Ucrânia a uma investigação, pelo país, de seu potencial rival na corrida presidencial do ano que vem.
Nesta semana, o comitê legislativo responsável pelo inquérito anunciou suas conclusões, afirmando que as evidências de conduta imprópria de Trump são “esmagadoras” e que o mandatário colocou seus interesses pessoais “acima dos interesses dos EUA” ao “solicitar interferência estrangeira” da Ucrânia para ajudar sua reeleição em 2020.
Trump, por sua vez, disse que os democratas “enlouqueceram”.
Os democratas detêm a maioria na Câmara, tornando muito prováveis as chances de impeachment nessa Casa. Mas atualmente não há indicação de que o Senado, controlado pelos republicanos, votaria para remover Trump do cargo.
A explicação breve do processo de impeachment
Trump é acusado de violar a lei ao pressionar o líder da Ucrânia a buscar possíveis informações prejudiciais sobre um rival político. Em julho, ele pedira ao seu par ucraniano que investigasse Joe Biden (e o filho deste), hoje principal nome concorrendo pela vaga democrata na eleição presidencial do ano que vem.
Isso gerou reação da oposição democrata, apontando que é ilegal pedir que entes estrangeiros interfiram na política interna americana, o que é base para um processo de impeachment.
Alguns depoimentos ao comitê da Câmara apontaram que havia um “canal paralelo” diplomático com a Ucrânia, para solicitar as investigações, e há indícios de que Trump tenha usado quase US$ 400 milhões em ajuda militar para pressionar os ucranianos a ajudá-lo.
É isso o que Trump nega ter feito — ele alega haver uma caça às bruxas contra seu governo.
// BBC