A fuga do Japão do ex-presidente da firma Renault desencadeia uma série de questões no que toca às condições misteriosas em que a mesma ocorreu.
Carlos Ghosn afirma ter organizado sozinho a sua própria fuga considerando falsas as alegações nos media, segundo as quais a sua esposa estaria implicada. Um mandado de prisão internacional contra ele foi entregue as forças de segurança libanesa.
O antigo presidente das firmas Renault e Nissan, que se encontrava sob prisão domiciliária em Tóquio, enquanto aguardava o seu julgamento por alegados desvios de fundos, tinha declarada na terça-feira, que não fugiu da justiça, mas sim livrou-se de um sistema parcial e de uma perseguição política.
Carlos Ghosn escapou-se do Japão no dia 30 de Dezembro em condições que permanecem misteriosas.
Em declarações divulgadas pelos media nesta quinta-feira, Ghosn afirmou ter organizado sozinho a sua própria fuga para Beirute, desmentindo qualquer envolvimento da sua esposa, Carole Ghosn, no périplo rocambolesco que o levou de Tóquio até a capital libanesa.
Ghosn, agora visado por um mandado de prisão internacional, emitido pela Interpol deverá dar uma conferência de imprensa no próximo dia 8.
Segundo um alto responsável dos serviços de segurança libaneses, é ainda muito cedo para dizer se o ex-presidente da Renault e da Nissan será convocado, no âmbito do procedimento da Interpol. O Líbano não tem nenhum acordo de extradição com o Japão.
Em situações idênticas, as autoridades do país, confiscam normalmente o passaporte dos suspeitos que são alvos de uma alerta vermelha da Interpol, mas estes últimos permanecem em liberdade, sob fiança.
Carlos Ghosn possui as nacionalidades brasileira, libanesa e francesa e para além disso tem laços fortes com o Líbano, país onde ele investiu num banco, no sector imobiliário e num vinhedo.
A Turquia, por onde transitou Carlos Ghosn no decurso da sua fuga do Japão, prendeu na quinta-feira sete pessoas, que teriam facilitado a chegada à Beirute do ex-patrão da Renault e da Nissan, cujo avião efectuou uma escala em Istanbul.
// RFI