Todo mundo está ciente de como o novo coronavírus (SARS-CoV-2) tem causado estragos na saúde mundial e uma das coisas que mais diferencia essa de outras crises é o grande impacto no mercado financeiro.
Sem atrações esportivas e no setor de entretenimento, gigantes dessa seara têm sofrido uma grande baixa em suas ações e prejuízos de bilhões de dólares em investimentos, sejam no desenvolvimento de séries e filmes ou até mesmo na receita com bilheteria. Esse é o caso da Disney, que, segundo analistas, pode até mesmo ser comprada pela Apple neste momento de dificuldade.
A Disney vem interrompendo as operações em seus parques temáticos e já paralisou as gravações de atrações no Marvel Studios, como Shang Chi and the Legend of Ten Rings e WandaVision, e também interrompeu todas as adaptações de clássicos em live-action.
Com isso, o grupo liderado pelo presidente-executivo Bob Iger e pelo novo CEO Bob Chapek viu suas ações despencarem abaixo da marca dos US$ 100 na semana passada, uma queda de 28% em relação ao início de fevereiro.
Empresas com enorme volume em caixa a longo prazo e que não têm visto um impacto direto em suas receitas no último mês, a exemplo da Maçã, poderiam aproveitar essa posição para adquirir outros grupos mais afetados pela crise gerada pela disseminação do novo coronavírus, diz o analista Bernie McTernan, da firma de avaliações de risco Rosenblatt Securities.
“Acreditamos que aqueles com horizontes de longo prazo, como empresas de capitalização alta com grandes saldos de caixa e cujo patrimônio superou a Disney nas últimas três semanas, como a Apple, poderiam tirar proveito da volatilidade”, afirma.
McTernan destaca que o grupo do Mickey possuía uma capitalização no mercado de aproximadamente US$ 165 bilhões, enquanto a Maçã possui cerca de US$ 107 bilhões em dinheiro e títulos. “A vantagem de adquirir a Disney seria garantir sua estratégia de conteúdo/streaming e possíveis sinergias ao adicionar o ecossistema emergente da Disney à plataforma iOS. O Disney+ pode resolver o problema de conteúdo da Apple, pois acreditamos que o AppleTV+ está começando relativamente lento”, disse.
Ele lembra que “nas últimas três semanas a Disney perdeu cerca de US$ 85 bilhões ou cerca de um terço de seu valor de mercado”. A Disney informou no início deste ano que chegou a 26,5 milhões de assinantes da plataforma de streaming Disney+ até o final de 2019 e alcançou 28,6 milhões no início de fevereiro.
Na sexta-feira (13), as ações da Apple chegaram a subir 12%, a US$ 277,97, mas nesta segunda (16) foram comercializadas no final da tarde a US$ 241,94, segundo o índice Nasdaq. A Disney viu seus papeis subirem 11,7% no final de semana, a US$ 102,5, mas seguem no patamar inferior a US$ 100, com cotas negociadas a US$ 95,96.
Por enquanto, nem a Apple e muito menos a Disney comentaram essa possibilidade de fusão.
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