A natureza vem aproveitando o momento de quarentena e a redução das ações humanas diretas e, assim, de seus tão nocivos efeitos, para reflorescer e até mesmo renascer onde a vida, a fauna e a flora, pareciam antes condenadas.
As tartarugas marinhas são um excelente exemplo de espécie que parece vir se beneficiando da quarentena – em especial a Tartaruga de Couro, maior espécie de tartaruga dos oceanos: ameaçada de extinção, a espécie vem aproveitando as praias vazias da Flórida, nos EUA, para colocar seus ovos nas areias.
Com até 400 kg e podendo medir até 2 metros de comprimento, a Dermochelys coriácea, também conhecida como tartaruga gigante, é encontrada em oceanos tropicais e subtropicais e pode viver até 300 anos.
A ausência de pessoas nas praias da Flórida também significa a ausência de outras ameaças contra a espécie, para além das pessoas propriamente: as areias e águas se livraram dos resíduos plásticos e até mesmo das luzes noturnas, capazes de atrapalhar a busca dos filhotes recém-nascidos por chegar ao mar.
Segundo pesquisadores da Sea Turtle Conservancy, entidade que trabalha pela conservação das tartarugas nos EUA, é ainda prematuro para concluir que se trata de uma melhor temporada para a Tartaruga gigante, mas os indícios são sim positivos: no ano passado na Juno Beach, praia com maior densidade de ninhos de tartaruga no mundo, foram registrados 21 mil ninhos nas areias nas duas primeiras semanas de desova, e nesse ano os biólogos já atestaram um aumento.
O aumento na presença das Tartarugas marinhas – e, da mesma forma, de seus ovos – vem sendo também percebido na Índia, na Tailândia e outros tantos países.
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