Departamento de Defesa dos EUA lista Xiaomi e mais oito empresas por ligações com militares chineses. Para analistas, a listagem é um “frenesi final” do governo Trump em sua campanha anti-China.
Na quinta-feira (14), o Departamento de Defesa dos EUA adicionou a empresa de tecnologia Xiaomi à lista de empresas que supostamente estão ligadas ao Exército de Libertação Popular (ELP), de acordo com o Global Times.
Nesta sexta-feira (15), as ações da empresa caíram mais de 11% durante as negociações de mercado com a decisão. A Xiaomi confirmou que não pertence, não é controlada e não apoia militares chineses, de acordo com a mídia.
A notícia veio como uma surpresa para o mercado, pois de todas as companhias já incluídas na lista, a Xiaomi é uma das mais popularmente conhecidas por ser uma famosa fabricante de celulares e produtos eletrônicos.
Além da gigante tecnológica, outras empresas foram adicionadas à lista como a Advanced Micro-Fabrication Equipment Co (AMEC) e empresas do ramo aéreo, como a Skyrizon, Commercial Aircraft Corporation of China (COMAC) e a China National Aviation Holding Co.
De acordo com o Departamento de Defesa, as empresas listadas “apoiam as metas de modernização do Exército de Libertação Popular, garantindo seu acesso a tecnologias e conhecimentos avançados”.
Para analistas, com o histórico de recentes atritos entre China e EUA, não importa se há suposto envolvimento militar nas empresas, as políticas de Trump pretendem é suprimir e ganhar vantagem econômica e política diante do crescimento econômico chinês.
“Em geral, as táticas contínuas da administração Trump contra as empresas chinesas em um momento de transição de poder iminente têm como objetivo principal sinalizar seu legado em casa e no exterior ao ‘endurecer’ com a China, especialmente porque Trump enfrenta um segundo impeachment”, disse Hu Qimu, pesquisador-chefe do Sinosteel Economic Research Institute, citado pelo Global Times.
As recentes medidas adotadas pelo governo norte-americano em relação a empresas chinesas são observadas com um certo tipo de satisfação por parte de executivos financeiros dos EUA, que estão se acomodando no longo prazo das proibições de investimentos chineses no país e esperam que as regras sejam duradouras, segundo análise da Reuters.
Já para analistas chineses, é hora da China se unir contra a sinofobia norte-americana “ZTE, Huawei e Xiaomi se tornaram rivais que ‘ameaçam’ os Estados Unidos. Já é hora de as empresas chinesas trabalharem juntas para remodelar a cadeia da indústria na China e criar uma cadeia de suprimentos completamente doméstica”, declarou Hu Qimu citado pelo Global Times.
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