O Pacífico continua sendo o maior oceano do nosso planeta, mas o Atlântico está ganhando terreno e mar à medida que se expande por cerca de quatro centímetros anualmente.
O deslocamento glacial lento dos oceanos acontece por causa dos movimentos contínuos das placas tectônicas da Terra, à medida que as placas debaixo das Américas se separam das que estão debaixo da Europa e da África.
As forças geofísicas profundas que sustentam este fenômeno extenso estão longe de ser plenamente compreendidas, mas pesquisadores podem ter identificado um dos principais contribuintes para este processo.
Em recente estudo publicado na revista Nature, cientistas sugeriram que as dorsais meso-oceânicas – formações montanhosas que emergem ao longo do fundo marinho entre as placas tectônicas – poderiam estar mais envolvidas na transferência de materiais entre os mantos superior e inferior abaixo da crosta terrestre do que era imaginado.
Para ter uma visão melhor dos processos complexos que ocorrem debaixo do fundo do Atlântico, a equipe instalou 39 sismómetros de vários quilômetros de profundidade ao longo da dorsal mesoatlântica, uma cadeia montanhosa subaquática que corta o oceano e em que há expansão do fundo do oceano.
Os instrumentos foram implantados no fundo do oceano em 2016 e passaram um ano registrando os tremores e terremotos antes de terem sido coletados em 2017. Como resultado, veio à tona uma nova imagem sísmica da Terra.
“Ocorrem experiências semelhantes em todo o mundo, mas esta foi uma realizada em grande escala, com muitos instrumentos utilizados e durante muito tempo”, afirmou o sismólogo Matthew Agius da Universidade Tre, de Roma, escreve portal Vice.
Os resultados revelam vigorosas irrupções de material do manto interior – uma camada de terra localizada centenas de quilômetros abaixo do fundo do mar que está ajudando a separar os continentes do Atlântico, contribuindo, assim, para o alargamento deste oceano.
Ciberia // Sputnik