Fósseis encontrados em sedimentos marítimos dão algumas chaves para entender a função do oceano na última Era do Gelo, ocorrida de 18 mil a 125 mil anos atrás.
O estudo, publicado na revista Earth and Planetary Science Letters, analisa como o oceano absorveu o dióxido de carbono da atmosfera nesse período glacial a partir de um banco de dados da temperatura do mar nos últimos 125 mil anos.
Esta base de dados foi determinada com a ajuda de elementos químicos e biológicos achados em fósseis, que permite colocá-los em categorias de temperatura.
“Este estudo mostra pela primeira vez como as temperaturas mudaram em todo o oceano à medida que a Terra vivia a sua última Era Glacial”, disse a diretora do estudo, Karen Kohfeld, em comunicado da Universidade da Tasmânia.
Segundo ela, o gelo marítimo ao redor da Antártida reagiu com rapidez ao esfriamento do mar, enquanto que outras partes, como as correntes profundas do fundo do mar, fizeram isso mais vagarosamente e precisaram de 30 mil anos a mais para modificar o seu estado.
O estudo da temperatura do mar serve para explicar a variação do nível de dióxido de carbono na atmosfera, cuja concentração caiu várias vezes antes de entrar na última glaciação há 20 mil anos.
Uma primeira queda de dióxido de carbono ocorreu há 115 mil anos devidos a um esfriamento antecipado dos polos e a expansão do gelo oceânico ao redor da Antártida. Outra aconteceu há 70 mil anos ao coincidir com uma reorganização das profundidades do oceano e um aumento da produtividade dos mares.
O nível mais baixo foi registrado há 20 mil anos, quando as temperaturas do oceano, a produtividade, a circulação profunda e o gelo marítimo sofreram a maior quantidade de mudanças, segundo o comunicado.
// EFE