No centro da Via Láctea poderia haver um núcleo de matéria escura e não um buraco negro, segundo afirma estudo realizado por cientistas de Itália, Colômbia e Argentina.
Em artigo disponível no portal de pré-impressão ArXiv, pesquisadores calcularam que as trajetórias das 17 estrelas melhor analisadas perto de Sagittarius A*, que é o objeto que se encontra no centro de nossa galáxia, são diferentes das previstas em caso de se no centro da Via Láctea tivesse mesmo um buraco negro.
Na verdade, pesquisadores estimam que as trajetórias se parecem mais com o modelo Ruffini-Arguelles-Rueda, que combina conceitos de física quântica, relatividade geral e termodinâmica.
Proposto há alguns anos, este modelo é baseado na autogravidade de férmions massivos neutros, nos quais as partículas darkinos (do inglês dark – escuro) podem se aglomerar a uma massa pelo menos 100 vezes superior à de Sagittarius A* sem colapsar em um buraco negro.
“Este mapa mostra pela primeira vez que uma concentração altamente densa de partículas de matéria escura localizadas no centro galáctico pode explicar a dinâmica de estrelas [próximas] com uma precisão semelhante [e, em alguns casos melhor] em comparação com o modelo de um buraco negro central”, dando resultados que “reforçam a natureza alternativa de Sagittarius A* como um núcleo quântico denso de darkinos, substituindo, assim, o cenário de um buraco negro no centro [da Via Láctea]”, afirmam cientistas.
Um modelo geralmente aceito de distribuição de energia do Universo indica que 5% corresponderiam à matéria normal, 25% à matéria escura e 70% à energia escura, proporções que geram controvérsia na comunidade científica.
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