O Ministério da Saúde recuou nesta quarta-feira (22/09) e voltou a recomendar a vacinação de adolescentes sem comorbidades contra a covid-19, uma semana após ter recomendado a suspensão.
“Concluímos que os benefícios da vacinação de adolescentes são maiores do que eventuais riscos dos efeitos adversos, então vamos retomar a imunização desse grupo”, disse o secretário-executivo Rodrigo Cruz.
O ministério afirmou que a investigação da morte de um jovem em São Paulo não revelou relação entre o óbito e a vacinação de adolescentes. “Por isso decidimos que é seguro retomar a imunização de adolescentes no Brasil”, acrescentou Cruz.
Em 16 de setembro, quando vários estados já estavam vacinando adolescentes com menos de 18 anos, o Ministério da Saúde recomendara a suspensão da vacinação afirmando que os benefícios não estavam “claramente definidos”, apesar de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter atestado a eficácia e segurança da vacina da Pfizer para o grupo.
O ministério também apontou uma alegada “desordem” existente em algumas regiões, que anteciparam a imunização dos jovens em relação à data inicialmente agendada. Na ocasião, apontou que cerca de 3,5 milhões de adolescentes já tinham sido vacinados em vários estados do país, havendo suspeitas de mais de mil “reações adversas”, além da morte em São Paulo.
Assim, o governo federal restringiu a recomendação de vacinação apenas a adolescentes com deficiência permanente, com patologias ou que estivessem privados de liberdade.
Contudo, a Secretaria estadual da Saúde de São Paulo anunciou logo depois que a vacina da Pfizer, a única aprovada no país para administração em adolescentes, não foi a causa provável do óbito de uma adolescente de 16 anos em São Bernardo do Campo, mas uma doença autoimune.
Nesta quarta-feira, ao voltar atrás na suspensão, o Ministério da Saúde argumentou que ela foi feita como uma medida cautelar.
“A mensagem chave é essa. O Ministério suspendeu de forma cautelar a vacinação de adolescentes sem comorbidades, passou uma semana investigando as causas que fizeram com que se adotasse essa estratégia de suspensão, e entendeu-se que podemos sim retomar a imunização dos adolescentes”, frisou Cruz.
Ciberia // DW