Um grupo de arqueólogos britânicos descobriu uma antiga “cidade de gigantes” na região de Harlaa, no leste da Etiópia, construída no século X a. C.
“A descoberta revoluciona o nosso conceito sobre o comércio na parte arqueologicamente abandonada da Etiópia. O que encontramos mostra que esta área era um centro de comércio naquela região”, disse o arqueólogo Timothy Insoll, professor da Universidade de Exeter, que liderou a expedição.
A equipe descobriu também uma mesquita do século XII, semelhante as encontradas na Tanzânia e na Somália – o que, segundo os arqueólogos, prova que há ligações históricas entre as diferentes comunidades islâmicas em África.
Foram ainda encontrados diversos objetos de joalheria, entre outros artefatos do Egito, Madagascar, Maldivas, Iêmen e China. Segundo Insoll, em seu auge Harlaa foi o centro do comércio na região, “rico e cosmopolita”, especialmente na arte da joalheria.
“Os moradores de Harlaa formaram uma comunidade mista com os estrangeiros e a população local, que negociava com outros povos do mar Vermelho, do oceano Índico e, supostamente, do distante golfo Pérsico”, disse o arqueólogo.
Segundo a rede BBC, existe o mito de que nesta área habitavam gigantes. A versão se deve a que as casas eram construídas com pedras demasiado grandes, que não podem ser levantados por pessoas comuns.
No entanto, os arqueólogos analisaram os restos de cerca de 300 pessoas encontrados no local, e não encontraram evidências disso. “Nós já provámos que não havia gigantes em Harlaa, mas creio que as pessoas não acreditam nisso”, diz Insoll.
// Sputnik News / BBC