Bernie Ecclestone demitido por novos donos da F-1

Ryan Bayona / wikimedia

Bernie Ecclestone

Na última segunda-feira, Ecclestone confirmou que foi demitido do posto de chefão máximo da Fórmula 1, posto que o britânico ocupou por quatro décadas.

Nesta terça, Chase Carey, novo dirigente maior da categoria, não poupou críticas ao falar de seu antecessor, a quem chegou a qualificar como “um ditador por muito tempo” no modo de dirigir a F-1, em entrevista concedida à rede britânica BBC.

Os novos proprietários da Fórmula 1 querem adicionar ao Mundial da categoria a disputa de uma prova a mais nos Estados Unidos, em um circuito de rua, com o objetivo de aumentar no país a popularidade da elite do automobilismo, que nos últimos anos vinha enfrentando grandes quedas de audiência enquanto a F1 seguia sendo dirigida por Bernie Ecclestone.

É um grande esporte, mas claro que pode ser melhorado. Até certo ponto necessitamos de um novo ponto de partida. O que trazemos é um novo olhar. Nós temos uma outra ambição, que é fazer um esporte fantástico para os fãs”, ressaltou Carey.

Chase Carey também é o CEO do grupo Liberty Media, empresa norte-americana que investe em entretenimento e esporte e adquiriu a F1 em um negócio de US$ 4,4 bilhões.

Carey vai acumular as funções de CEO e presidente da Fórmula 1 e, embora tenha acabado de assumir a função de máximo chefe da elite do automobilismo, deixou a cautela de lado antes de analisar o longo trabalho de Bernie Ecclestone, de 86 anos de idade.

Para o dirigente norte-americano, o multimilionário britânico comandava a F-1 com um estilo “autocrático”, segundo definiu em uma outra entrevista concedida nesta terça-feira, mas para a agência de notícias Associated Press.

Carey deixou claro que visará não apenas a obtenção de uma maior audiência na Fórmula 1, mas também mandou um recado aos organizadores das provas mais tradicionais do calendário, de que as mesmas precisarão também ser rentáveis para seguir no Mundial

Isso vale por exemplo para o GP da Inglaterra, que acontece fora de uma metrópole, em Silverstone, e que terá de assegurar que pode gerar mais lucros para posteriormente negociar novas cotas e seguir abrigando uma etapa do campeonato.

A Liberty Media, controlada pelo magnata John Malone, completou na última segunda-feira a aquisição da F-1 junto ao fundo de investimentos CVC Capital Partners.

E conseguir um crescimento da categoria nos Estados Unidos é uma das prioridades da Liberty, que também é dona do time de beisebol Atlanta Braves, de grandes ligas do esporte e tem investimentos em companhias de TV a cabo.

Atualmente, a Fórmula 1 conta apenas com uma prova em solo norte-americano, em Austin, no Texas, mas agora o novo chefão da categoria e seus novos proprietários querem incluir uma segunda prova no país em algum grande centro.

“Gostaria de acrescentar uma corrida nos Estados Unidos em algum lugar como Nova York, Los Angeles, Miami ou Las Vegas”, afirmou Carey na entrevista à Associated Press.

“Nos parece que podemos criar algo que seja um evento realmente especial. Obviamente os Estados Unidos têm todo o potencial para nós. Não temos investido o necessário para fomentar o mercado norte-americano”, completou, se referindo aos antigos administradores da categoria.

Para Carey, a Fórmula 1 ficou estagnada no passado, apesar das constantes mudanças de regulamentos e inovações tecnológicas nos últimos anos, com “eventos um pouco cansativos”, assim como ressaltou que Ecclestone não conseguiu acompanhar a evolução dos meios de comunicação, hoje altamente ampliada com o advento da internet.

“Bernie tinha um estilo autocrático. Eu não sou assim”, sublinhou.

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