Pintor italiano passou os últimos quatro anos de sua vida fugindo após ter cometido um assassinato em 1606. Para esclarecer sua morte, pesquisadores franceses analisaram os dentes de Caravaggio.
Uma infecção causada pela bactéria Staphylococcus aureus provocou a morte do pintor italiano Caravaggio em 1610, revelou um estudo divulgado nesta terça-feira (18/09). Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores do Instituto Hospital Universitário Méditerranée de Marselha, no sul da França, analisaram a polpa dos dentes do mestre.
“O assassino foi identificado: um Staphylococcus aureus”, afirmou o instituto no comunicado divulgado pelo jornal local La Provence. O estudo contou com a colaboração de antropólogos italianos e do microbiologista Giuseppe Cornaglia.
Os investigadores acreditam que Caravaggio contraiu a infecção devido a um ferimento causado por uma briga, que teria ocorrido entre um mês e 15 dias antes dos primeiros sintomas de febre aparecerem. A descoberta desfaz alguns dos mistérios em torno da morte do mestre.
Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571-1610) foi um homem difícil e temperamental. O pintor passou os quatro últimos anos de sua vida em Nápoles, Malta e Sicília, depois de ter fugido de Roma sob a ameaça de prisão devido a uma acusação de assassinato.
Em 28 de maio de 1606, o autor de Flagelação de Cristo e David com a cabeça de Golias matou na capital italiana o procurador e mercenário Ranuccio Tomassoni, com quem duelou após uma briga causada por uma desavença num jogo.
Os ossos do pintor foram encontrados apenas em 2010, num antigo cemitério localizado em Porto Ercole, na região da Toscana. Depois de fazerem testes de DNA e carbono-14, os especialistas concluíram que os restos mortais seriam do artista com 85% de confiabilidade.
Caravaggio revolucionou a arte no século 17 com sua técnica que ficou conhecida como tenebrismo. Sua obra é caracterizada pelo uso melodramático de fortes contrastes de luz e sombra. O pintor morreu em Porto Ercole, em 1610, aos 38 anos.