Pesquisadores da Universidade de Waterloo, no Canadá, conseguiram fazer a primeira imagem composta de uma ponte de matéria escura conectando galáxias.
A imagem, que combina várias fotografias individuais, confirma as previsões de que as galáxias em todo o universo estão ligadas através de uma teia cósmica de matéria escura, até agora inobservável.
A matéria escura é uma substância misteriosa que compreende cerca de 25% do universo. Como não brilha, absorve ou reflete a luz, é quase indetectável, exceto pelos efeitos indiretos vistos pela gravidade.
“Por décadas, os pesquisadores têm predito a existência de filamentos de matéria escura entre galáxias que agem como uma superestrutura semelhante a uma teia conectando-as”, disse Mike Hudson, professor de astronomia na Universidade de Waterloo, e um dos pesquisadores do estudo.
“Esta imagem nos move além das predições para algo que nós podemos ver e medir”, destacou.
Hudson e o seu coautor Seth Epps, estudante de mestrado na Universidade de Waterloo, usaram uma técnica chamada de “lente gravitacional fraca” para fazer a imagem.
Essa técnica faz com que galáxias distantes se dobrem ligeiramente sob a influência de uma massa invisível, como um planeta, um buraco negro ou, neste caso, a matéria escura. O efeito foi medido em imagens tiradas pelo Telescópio Canadá-França-Havaí.
A dupla combinou as fotos de mais de 23 mil pares de galáxias localizadas a 4,5 bilhões de anos-luz de distância para criar uma imagem composta, ou mapa, que mostra a presença de matéria escura entre elas.
Os resultados indicam que a ponte de filamentos é mais forte entre sistemas a menos de 40 milhões de anos-luz de distância um do outro.
Os cientistas publicaram seu trabalho em um artigo na revista Monthly Notices da Royal Astronomical Society.
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