Glaciares e cumes de gelo distribuídos pelos pontos altos da costa da Groelândia não vão conseguir se recuperar da atual situação de derretimento, concluiu um estudo divulgado na sexta-feira (31).
Os pesquisadores dizem que o derretimento na ilha ultrapassou o ponto de não retorno há 20 anos e os glaciares de menores dimensões já não são capazes de reverter a perda de gelo, destaca uma informação da Ohio State University, nos EUA.
O estudo publicado na Nature sugere que o derretimento do gelo na costa da Groelândia vai ter como consequência a subida do nível do mar em cerca de 1,5 polegadas (cerca de 3,8 centímetros) até 2100.
A pesquisa, segundo os cientistas, revela exatamente a razão para as partes mais vulneráveis da Groelândia estarem derretendo com tanta rapidez.
“A camada profunda de neve que normalmente captura a água derretida na costa preencheu a sua capacidade em 1997″, explicam.
Uma informação da Universidade de Utrecht, que também participou no trabalho, afirma que, em um cume de gelo “saudável”, dezenas de metros de neve bem compactada conseguem absorver a água resultante do gelo derretido no verão.
No inverno, aquela água volta a congelar, e a massa total de gelo se mantém mais ou menos estável de ano para ano, no entanto, a subida das temperaturas afetou o equilíbrio dos ciclos e a quantidade de gelo que derrete é tão elevada que a neve compactada fica saturada e a nova água que chega já não consegue ser absorvida e encaminha-se para o mar.
Segundo o cientista da Ohio State University, especialista em glaciares e que fez parte da equipe do estudo, Ian Howat, estas são “más notícias, mas não há razão para pânico”.
Os resultados do trabalho dizem respeito a uma pequena parte do gelo que está ao longo da costa da Groelândia e não à totalidade da região, que representa a segunda maior quantidade de gelo escondido no mundo, justificou.
Além da Ohio State University, nos EUA, participaram no estudo cientistas de universidades de Utrecht e de Delft, na Holanda, de Zurich e de Fribourg, na Suíça, além do Geological Survey da Dinamarca, o GEUS da Gronelândia e do Instituto Polar Norueguês.
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