Os cientistas Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, na Califórnia, detectaram pela primeira vez o derretimento de um glaciar, na Groenlândia, que provocou alterações na crosta terrestre, a camada mais externa e fina da Terra.
A água, proveniente do degelo do glaciar, percorreu vários quilômetros através do Glaciar Rink, no oeste da Groenlândia, durante quatro meses, no verão de 2012.
O estudo de três cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, Califórnia, foi o primeiro a monitorar com precisão a perda de massa de um glaciar a partir do derretimento do gelo usando o movimento horizontal de um sensor GPS.
Os especialistas usaram dados de um único sensor na Greenland GPS Network (GNET), situado na rocha ao lado do Glaciar Rink, e publicaram os resultados na Geophysical Research Letters.
A onda se moveu através do glaciar durante os meses de junho a setembro a uma velocidade de cerca de 4 quilômetros por mês durante os primeiros três meses, aumentando para 12,5 quilômetros em setembro. Parte da água resultante do degelo teria perfurado o Glaciar Rink e entrado na crosta terrestre.
A descoberta, chamada de onda solitária, pode aumentar o potencial de perda prolongada de gelo na Groenlândia à medida que o clima continua aquecendo, com implicações para a taxa futura de aumento do nível do mar.
“Sabemos com certeza que o mecanismo de disparo foi o derretimento superficial de neve e gelo, mas ainda não entendemos completamente o complexo conjunto de processos que geram ondas solitárias”, disse a cientista Surendra Adhikari, que liderou o estudo.
Segundo os especialistas, a onda não poderia ter sido detectada através dos métodos comuns de monitoramento da perda de gelo da Groenlândia, como a medição do desgaste dos glaciares com um radar aéreo.
“Podíamos literalmente estar lá parados e não conseguiríamos observar nenhuma indicação da onda”, disse Eric Larour, cientista do JPL.
O Glaciar Rink tem tem uma área de aproximadamente 5 quilômetros quadrados e é um dos principais pontos de saída do gelo da Groenlândia para o oceano, permitindo o escoamento de cerca de 11 bilhões de toneladas de água por ano – aproximadamente o peso de 30 mil Empire State Buildings, destaca a NASA.
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