O maxilar, encontrado numa gruta em Israel, em 2002, indica que o Homo sapiens teria saído da África cerca de 50 mil anos mais cedo do que se pensava.
O fóssil, encontrado no Monte Carmelo, em Israel, é o mais antigo de um Homo sapiens fora da África, anunciaram os cientistas da Universidade de Tel Aviv, em estudo publicado nesta quinta-feira (25) na revista Science.
Segundo três métodos de datação utilizados pelos cientistas, o achado tem entre 177 mil e 194 mil anos e foi encontrado na gruta Misliya, em uma encosta do Monte Carmelo, por um calouro de um grupo de arqueologia, em 2002. A gruta deu o nome ao fóssil: Misliya-1.
A descoberta desse maxilar reescreve a história da nossa espécie, já que, até agora, pensava-se que os fósseis mais antigos de um homem moderno fora da África tivessem entre 90 mil e 120 mil anos. A mais recente descoberta indica que saímos do continente africano pela primeira vez 40 mil a 50 mil anos mais cedo do que se pensava.
Israel Hershkovitz, principal autor do estudo, conta ao Público que “a história da nossa espécie é mais longa e, provavelmente, mais complicada do que os cientistas acreditavam anteriormente”.
O maxilar inclui sete dentes intactos e um dente incisivo partido. No entanto, apesar de ser muito diferente daquele que o Homem atual tem, é mais parecido conosco do que com um Neandertal. Ainda assim, serão necessários muitos testes para descobrir a que população de Homo sapiens pertencia esse maxilar.
Os cientistas desconfiam que a população em causa teria deixado o continente africano, mas desaparecido pouco tempo depois. Segundo o Observador, este fato torna pouco provável que a pessoa a quem pertencia o fóssil tenha informação genética que tenha contribuído para o DNA humano atual.
Foram também encontradas ferramentas construídas através da tecnologia de Levallois, uma técnica associada a fósseis dos humanos modernos, que teria vindo substituir os bifaces há cerca de 300 mil anos. Os cientistas sugerem assim que o aparecimento dessa tecnologia está ligado à chegada do Homo sapiens ao Oriente Médio.
Ciberia // ZAP