Diretor de LaMia se declara culpado por crime em queda do avião da Chape

Cleberson Silva / Chapecoense

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O diretor da companhia aérea LaMia, Gustavo Vargas Gamboa, se declarou culpado por um dos quatro crimes de que é acusado pelos investigadores do acidente do avião que transportava a delegação da Chapecoense para a Colômbia, em novembro do ano passado, informa a imprensa da Bolívia neste domingo.

Tragédia da Chapecoense

A defesa de Vargas Gamboa apresentou, em abril do ano passado, uma proposta de acordo aos promotores que averiguam o caso na Bolívia, em que aceita a admissão de culpa por homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar. O diretor da LaMia pede para ser condenado por dois anos de prisão, detalha o jornal “El Deber”.

O acusado está detido preventivamente em Palmasola, no departamento de Santa Cruz, desde dezembro, e quer que o acordo o deixe imune de ser julgado por lesões gravíssimas, lesões culposas e desastre em meio de transporte.

O advogado de Vargas Gamboa, Jerjes Justiniano, afirmou que a decisão foi tomada pelos problemas de saúde que o diretor sofre.

Só lhe funciona um rim. Ele teve três infartos, tem pressão arterial alta e precisa receber doses diárias de insulina. Prefere que o condenem e que possa sair da prisão para ser tratado”, disse o responsável pela defesa.

O Ministério Público da Bolívia ainda não respondeu a proposta de acordo apresentada.

O avião da LaMia que levava a delegação da Chapecoense, além de jornalistas e convidados para a Colômbia, onde aconteceria a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, colidiu com uma colina após ficar sem combustível. A tragédia matou 71 dos 77 passageiros do avião.

Além de Vargas Gamboa, também está preso o ex-supervisor de tráfego aéreo da Administração de Aeroportos e Serviços à Navegação Aérea, Joons Miguel Teodovich.

Também está detido o filho do diretor da LaMia, Gustavo Vargas Villegas, diretor do Registro Aeronáutico Nacional da Direção de Aeronáutica Civil, que autorizou, em 2014, a importação e matrícula provisória do avião da companhia aérea.

A companhia Bisa Seguros e Reaseguros informou nesta quinta-feira que a queda do avião de LaMia não tem cobertura de seguro. Os sobreviventes e os familiares das vítimas, no entanto, podem pedir ajuda a um fundo de cooperação que foi criado para atendê-los.

A emissora americana CNN exibiu em reportagem que uma carta enviada pela seguradora aos gerentes da companhia aérea, informava que “a apólice estava suspensa por falta de pagamento desde outubro” de 2016. Ou seja, o seguro não estava em vigor no momento da tragédia.

A Bisa divulgou que a apólice para a tripulação está sendo paga de forma normal, com US$ 150 mil (R$ 489 mil) para cada tripulante morto, além de ter destinado US$ 25 mil (R$ 81,5 mil) para cada sobrevivente custear as despesas médicas.

As autoridades da Bolívia, por sua vez, garantem que a apólice estava em dia, sim, no dia da queda da aeronave.

// EFE

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