O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se descreveu neste sábado como “um gênio muito estável” em resposta ao debate sobre sua saúde mental e sua capacidade para estar à frente da Casa Branca, um tema que novamente ganhou força nesta semana em Washington.
“Agora que a colusão Russa, após um ano de intenso estudo, se provou uma farsa total para o povo americano, os democratas e seus cachorrinhos, a mídia ‘fake news’, estão tirando o velho manual de Ronald Reagan e gritando estabilidade mental e inteligência”, escreveu.
“Realmente, ao longo da minha vida, minhas duas grandes habilidades foram a estabilidade mental e ser realmente inteligente. A desonesta Hillary Clinton também jogou estas cartas com força e, como todo mundo sabe, caiu em chamas”, continuou em outro tweet.
“Passei de homem de negócios MUITO bem sucedido, a estrela da televisão, a presidente dos Estados Unidos (na minha primeira tentativa). Acredito que isso qualificaria não como inteligente, mas gênio… e um gênio muito estável“, concluiu Trump em uma terceira mensagem na rede social.
O presidente americano entrou assim em um debate levantado desde a campanha eleitoral e que voltou a Washington nesta semana por causa da publicação de um livro sobre a sua turbulenta Casa Branca: “Fire and Fury” (“Fogo e Fúria”), de Michael Wolff.
Wolff sustenta em sua obra, lançada ontem com grande sucesso, que o objetivo de Trump na campanha eleitoral de 2016 não era conseguir ser presidente, mas potencializar sua marca; e que seus assessores não confiavam no presidente.
“Todos dizem que é como um menino“, apontou o jornalista ontem à emissora “NBC”. “Dizem que é um imbecil, um idiota. Há uma competição para chegar ao fundo de quem é este homem”, acrescentou. “Este homem não lê, não escuta. É como um ‘pinball’, virando a todas as partes”.
Perguntado sobre a saúde mental do presidente, Michael Wolff respondeu citando algo que o ex-estrategista chefe Steve Bannon supostamente lhe disse em uma de suas conversas: “Perdeu a cabeça“.
Durante a campanha eleitoral, Hillary Clinton advertiu que Trump não tinha uma personalidade adequada para exercer um cargo da complexidade da Presidência dos EUA, algo que desde então foi repetido por outros democratas e especialistas.
Já em fevereiro do ano passado, um grupo de 35 psicólogos, psiquiatras e trabalhadores sociais enviou uma carta ao jornal “The New York Times” na qual mostravam sua preocupação pela “instabilidade emocional” de Trump, que o “incapacita para servir de maneira segura como presidente”.
“Suas palavras e seu comportamento sugerem uma profunda incapacidade para simpatizar. Indivíduos com este tipo de traços distorcem a realidade, para que se adapte ao seu estado psicológico, e atacam os fatos e a quem os transmitem, como jornalistas e cientistas”, afirmou o grupo na carta.
// EFE