No início do século XVIII, quem mandava nos mares sem lei do Caribe, da América Central e da América do Norte era o grande pirata inglês Samuel Bellamy, imortalizado pelo apelido de “Black Sam”.
Um dos nomes mais famosos da chamada “Era de Ouro” da pirataria, a “carreira” de Bellamy durou pouco mais de um ano, mas nesse período ele capturou mais de 50 navios, para se tornar o pirata mais rico já registrado na história.
Em 26 de abril de 1707 uma forte tempestade destruiu seu navio Whydah Gally, tirando a vida de Bellamy e outros 143 ocupantes, com somente 2 sobreviventes, e 43 desses corpos jamais foram encontrados – até agora,
Passados mais de três séculos do acidente que afundou o Whydah, na semana passada seis esqueletos em excelente estado foram encontrados na região da cidade de Wellfleet, no estado do Massachusetts, nos EUA, onde o navio originalmente afundou.
A equipe de mergulhadores que descobriu os corpos foi chefiada pelo arqueólogo estadunidense Barry Clifford, criador de um museu dedicado ao naufrágio. A expectativa é que um dos esqueletos seja do próprio Samuel “Sam” Bellamy, já que os restos mortais do pirata estão entre os que nunca foram encontrados.
O bom estado dos esqueletos se deve ao fato deles terem sido encontrados dentro de blocos solidificados embaixo d’água, formados por conchas, sedimentos e resíduos marinhos que foram se acumulando sobre os cadáveres, provavelmente retidos em partes submersas do barco.
A esperança de encontrar o corpo de Bellamy se dá pela praxe que sugere que o comandante deve permanecer no barco até o naufrágio. Os blocos encontrados por enquanto se tornaram parte do acervo do Whydah Pirate Museum, e se juntaram a diversos restos do barco, encontrados em 1984.
A lenda ao redor de “Black Sam” não se dá somente pela imensa riqueza acumulada em tão pouco tempo, mas também por sua conduta como pirata. Apelidado de “Robin Hood dos Mares”, ele se tornou célebre por ser um comandante democrático, que dividia corretamente os tesouros, ouvia opiniões e costumava ser justo com seus agregados, seus marinheiros e até mesmo seus prisioneiros.
O próprio Whydah era originalmente um navio de escravos, que foi atacado por Bellamy e seus piratas, que tomaram a embarcação, libertaram os prisioneiros e tornaram diversas pessoas até então em situação de escravidão em tripulantes do próprio navio: um terço da tripulação do Whydah era formado por homens de origem africana.
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