Estudo mostra que é mesmo possível desviar a órbita de asteroide

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Afinal, Bruce Willis poderia mesmo parar um asteroide do tamanho do Texas? (Armageddon, Michael Bay, 1998)

Afinal, Bruce Willis poderia mesmo parar um asteroide do tamanho do Texas? (Armageddon, Michael Bay, 1998)

Usar um projétil para desviar a órbita de um asteroide e evitar um confronto com a Terra seria possível, dependendo de sua composição, densidade e estrutura interna, mostra um estudo do Instituto de Estudos do Espaço (IEE-CSIC).

A pesquisa, publicada pela revista “The Astrophysical Journal”, fornece informações sobre os efeitos que teria o impacto de um projétil sobre um asteroide.

O estudo, que tem como objetivo investigar como seria possível desviar um asteroide para que não chegue a se chocar contra a Terra, se centrou no asteroide Chelyabinsk, que explodiu em 2013 sobre céu russo após atravessar a atmosfera.

Os pesquisadores do IEE-CSIC realizaram as medições das propriedades mecânicas do asteroide no laboratório de nanoindentação dirigido pelo pesquisador Jordi Sort, da Universidade Autônoma de Barcelona.

Os pesquisadores explicaram que a probabilidade de um asteroide de tamanho quilométrico ter consequências devastadoras após se chocar com a Terra é estatisticamente pequena, já que é mais frequente que objetos de poucas dezenas de metros, que são descobertos continuamente, alcancem a atmosfera terrestre.

Segundo os resultados deste estudo, a composição, a estrutura interna, a densidade e outras propriedades físicas do asteroide são fundamentais para determinar o êxito de uma missão na qual seria lançado um projétil cinético para desviar a órbita de um asteroide perigoso.

Em 15 de fevereiro de 2013, um asteroide de aproximadamente 18 metros de diâmetro explodiu sobre a cidade russa de Chelyabinsk, criando milhares de meteoritos que caíram na Terra. A explosão libertou a energia de várias bombas atômicas.

A fragmentação do meteorito de Chelyabinsk na atmosfera da Terra demonstrou que nosso planeta atua como um eficiente escudo, embora mais de mil meteoritos com uma massa total superior a uma tonelada tenham atingido o solo.

Apesar de ser um asteroide pequeno, a onda de choque ocorrida ao penetrar na atmosfera em velocidade hipersônica deixou centenas de feridos e grandes danos materiais.

O novo estudo obteve de maneira rigorosa e sistemática as propriedades dos materiais que formam o asteroide; em particular, a dureza, a elasticidade e a resistência à fratura, que são determinantes para que o impacto de um projétil consiga desviar a órbita deste objeto, informou a UAB.

O meteorito Chelyabinsk é de uma classe conhecida como condrito ordinário.

Os pesquisadores do Instituto de Estudos do Espaço o escolheram porque pode ser considerado representativo dos materiais formativos da maioria de asteroides potencialmente perigosos para a Terra.

Segundo os pesquisadores, estes asteroides sofreram grande quantidade de colisões antes de alcançar a Terra e, por isso, os minerais que os compõem aparecem misturados e aumentam sua consistência.

Até agora, desviar do caminho da Terra um asteroide era apenas ideia para roteiro de filmes de ficção científica como Armageddon e Impacto Profundo. Já não é mais.

// EFE

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