Uma espécie de planta aquática flutuante originária do Brasil está ameaçando o maior lago da Etiópia.
Muito encontrado na região amazônica, o jacinto-de-água (Eichhornia crassipes) está se alastrando pelo Lago Tana, que é fonte de sobrevivência para milhares pessoas que vivem na região de Amhara, no noroeste do país.
Imagens áreas mostram uma imensidão verde cobrindo parte de sua superfície, que tem 84 quilômetros de comprimento e 66 km de largura.
Para o cientista ambiental Ayalew Wolde, “a nossa falta de conhecimento e as mudanças climáticas produziram essa imensa tragédia”.
O rápido crescimento do jacinto-de-água é resultado especialmente de dois fatores: ele praticamente não tem predadores naturais no lago e tem a reprodução favorecida pelas altas temperaturas da região.
Em paralelo à sua expansão, o nível de água caiu. “De 25 metros para 15 metros”, lamenta um barqueiro. “A produção de peixes também caiu. A possibilidade de perdermos o Lago Tana é alta”, diz ele.
“Não podemos usar produtos químicos para destruirmos a planta porque as pessoas usam água do lago para beber. E o gado também”, completa.
Voluntários vêm removendo toneladas das plantas. Moradores de outros vilarejos também decidiram colaborar nos esforços. A menos que uma solução inovadora surja, o futuro do maior lago da Etiópia permanece cercado de dúvidas.
Ciberia // BBC