O ex-diretor da CIA John Brennan admitiu neste domingo (19) recorrer à Justiça, depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter cancelado seu acesso a informação confidencial e à Casa Branca.
“Se esse é o preço que tenho de pagar para evitar que Donald Trump faça o mesmo a outras pessoas, para mim é um pequeno preço a pagar”, disse Brennan ao programa Meet the Press, do canal NBC. E acrescentou: “E se isso significa ir aos tribunais, irei”.
O ex-diretor da Central Intelligence Agency (CIA) disse que foi contatado por vários advogados, que lhe deram opiniões sobre o assunto.
Para Brennan, que dirigiu a CIA entre 2013 e 2017, tendo sido designado pelo ex-presidente Barack Obama, retirarem suas credenciais de acesso é um exemplo de “abuso de poder” por parte de Trump.
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, justificou a medida contra Brennan pelo, disse, seu comportamento “errático”, e acrescentou que mandou rever as credenciais de outros altos cargos de segurança, que criticaram abertamente as políticas do presidente.
Brennan qualificou recentemente Donald Trump de “perigo” para a segurança nacional, afirmando estar surpreendido com a quantidade de vezes em que o presidente “falha no momento de manter padrões mínimos de decência, urbanidade e honestidade”, quando comentava um insulto de Trump a uma ex-assessora, quem chamou de “cadela”.
Na entrevista, Brennan disse que vê “alertas vermelhos piscarem” em termos do que Trump faz e considerou que o presidente diminui o país na comunidade mundial. E ainda alimenta a divisão dentro do país e mente continuamente aos cidadãos.
Na sexta-feira (17), sete ex-diretores da CIA, além de vários funcionários da central de inteligência norte-americana, assinaram uma carta de apoio a Brennan na qual consideram que a medida é “profundamente lamentável”, advertindo que se trata de uma “tentativa de calar a liberdade de expressão”.
Trump já tinha justificado a retirada das credenciais com o argumento de que tinha de fazer alguma coisa em relação à investigação federal sobre a ingerência russa nas últimas eleições presidenciais dos Estados Unidos.
Ciberia, Lusa // ZAP