Ex-chefes de agências de inteligência dos Estados Unidos criticaram neste domingo (12) o presidente norte-americano, Donald Trump, que os chamou de “hackers da política” por terem concluído que houve interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016.
“Levando em conta o autor da crítica, considero a mesma uma medalha de honra”, alfinetou o ex-chefe da CIA, John Brennan, em um programa da CNN, do qual também participou o ex-diretor nacional de Inteligência, James Clapper.
“A mim parece particularmente repreensível que, no dia dos veteranos, Donald Trump ataque e coloque em dúvida a integridade e o caráter de Jim Clapper, que vestiu o uniforme por 35 anos”, disse Brennan. “Acho que é algo de que Trump deveria se envergonhar”, concluiu.
Trump, que faz um giro de 12 dias pela Ásia e se encontra nas Filipinas, atacou Brennan, Clapper e o ex-diretor do FBI James Comey – chamando-os de “hackers da política” – após receber duras críticas por ter dito que o presidente Vladimir Putin era sincero ao afirmar que a Rússia não interferiu nas eleições americanas.
Em um ataque surpreendente, Trump sugeriu que dá mais credibilidade às afirmações de Putin do que às de Bernnan, Clapper e Comey sobre as descobertas das agências de inteligência envolvendo a interferência russa.
O presidente norte-americano disse que Comey, demitido em maio, diante da pressão crescente por uma investigação sobre o assunto, era “um mentiroso”, e reiterou que Putin negou “de forma veemente” qualquer intromissão.
Brennan e Clapper revidaram o golpe neste domingo e descreveram a resposta morna de Trump à suposta interferência russa como um risco para a segurança nacional.
“Putin está determinado a enfraquecer nosso sistema, nossa democracia e todo o nosso processo”, afirmou Clapper. “Tentar pintá-lo de qualquer outra maneira é inacreditável e representa um perigo para este país.”
// RFI