Ser moderador do Facebook está longe de ser uma tarefa fácil: é preciso passar os dias vendo tudo o que há de pior sendo proferido pela espécie humana — e não são só coisas “triviais” como declarações machistas, racistas e homofóbicas, mas também conteúdos gráficos explícitos envolvendo violência e abuso sexual de crianças, por exemplo.
E ainda que a empresa garanta que toma providências para evitar que esses profissionais sofram de um trauma mental irreparável, há pelo menos uma funcionária que acredita que as medidas existentes não são suficientes.
Selena Scola, ex-funcionária da empresa, está processando o Facebook por supostamente não fazer o suficiente para proteger seus moderadores do trauma emocional e mental que é sentido como consequência do trabalho.
De acordo com Korey Nelson, advogado da processante, ao invés de criar um ambiente seguro, o que as regras do Facebook tem garantido é uma enorme rotatividade de funcionários que não ficam muito tempo na empresa e saem traumatizados pelo período em que trabalharam para a rede social.
Em declaração ao Engadget, o Facebook afirma que, no momento, a equipe jurídica da empresa está revisando o processo, mas confirma que a companhia se esforça para garantir toda ajuda possível a seus moderadores.
Segundo a rede social, há garantias com uma série de benefícios como maiores salários, assistência psicológica, períodos de relaxamento durante o horário de trabalho e a presença de psicólogos nos prédios onde os moderadores atuam.
Entretanto, as medidas tomadas pelo Facebook não parecem suficientes, sendo que um brasileiro que trabalhou na área de moderação da rede social revelou detalhes dos bastidores no trabalho e o relato é assustador. “Eu via vídeos ao vivo para checar se alguém se mataria”, desabafou na altura.
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