Nesta sexta-feira (25), cerca de 270 familiares de vítimas da queda do avião da Malaysia Airlines (MH17), anunciou que vai levar a Rússia perante o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, em Estrasburgo (França).
Jerry Skinner, o advogado especialista em temas aeronáuticos e que há dois anos também apresentou uma queixa em representação de algumas vítimas da Malásia, Austrália e Nova Zelândia, entregará a denúncia “no máximo até 13 de junho”.
Há dois anos, Skinner levou uma queixa de 33 familiares ao Tribunal Europeu, um processo que ainda está sendo analisado. Desta vez, o grupo de 270 pessoas que vão levar a Rússia a tribunal é composto por mais de 100 familiares holandeses, a nacionalidade com mais vítimas no abate do avião.
Segundo explica o Jornal de Notícias, o Tribunal de Estrasburgo é o único que permite que particulares apresentem uma queixa. A intenção do advogado é exigir quantias “milionárias” à Rússia pelos prejuízos causados.
Na quinta-feira (24), a equipe de investigação internacional confirmou que o sistema de mísseis aéreos que derrubou o avião pertencia a uma unidade militar russa, que o levou de Kursk (Rússia) para Donetsk (Ucrânia) um mês antes do ataque.
Tanto o governo holandês como o governo australiano responsabilizam formalmente a Rússia nesta sexta pelo abate do MH17.
“Exigimos que a Rússia assuma a sua responsabilidade e coopere plenamente com a descoberta da verdade e para fazer justiça com as vítimas do voo MH17 e seus familiares”, afirmou o ministro holandês dos Assuntos Exteriores, Stef Blok, em comunicado.
Putin garante que míssil não era russo
Vladimir Putin, presidente da Rússia, afirmou nesta sexta-feira que o míssil que atingiu o avião da Malaysia Arlines não era russo. “Claro que não”, garantiu.
“Há várias versões, incluindo a de que foi um míssil do exército ucraniano. Não há nada que inspire a nossa confiança como sendo conclusões finais, e não haverá sem a nossa plena participação na investigação”, disse Putin no Fórum Econômico Internacional.
O governante nega que tenha sido um míssil russo a atingir o avião e volta a reivindicar a participação da Rússia na investigação internacional para aceitar as conclusões finais. “Desde o princípio propusemos trabalhar conjuntamente para resolver a tragédia, mas, para nossa surpresa, não nos deixaram participar“, afirmou Putin.
Segundo o Diário de Notícias, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, acusou a Holanda de aproveitamento político ao responsabilizar Moscou pela queda do avião da Malaysia Airlines, em 2014, e negou qualquer envolvimento no caso.
Ciberia // ZAP